“Porque um menino nos nasceu, um
filho se nos deu; o governo está sobre
os seus ombros; e o seu nome será:
Maravilhoso, Conselheiro,
Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
(Isaías 9.6)
Nenhum dos profetas
do Primeiro Testamento dedicou-se tanto às profecias
Messiânicas quanto o profeta
Isaías. Seria muito menos clara a compreensão da mensagem evangélica contida no
Segundo Testamento se não tivéssemos os relatos proféticos de Isaías, por isso
não poucos comentaristas e/ou estudiosos bíblicos o denominam o “Quinto Evangelho” ou “Profeta
Evangélico”.
Ele se refere ao Messias em todos os seus
aspectos humanos, nascimento, caráter, bem como a obra que haveria de realizar.
Isaías alerta também para o fato de que a mensagem dele, ainda que revestida de
poder divino, haveria de encontrar enorme resistência nos corações embrutecidos
de seus contemporâneos, de maneira que seria morto da forma mais cruel, todavia
venceria a morte e após reassumir seu lugar no trono da glória retornaria para
reinar soberanamente sobre e com seu povo (judeus e gentios reunidos na Igreja).
Logo após compartilhar o momento em que
Deus o chama para o exercício de seu ministério profético (capto 6) Isaías faz
um panorama dos impérios humanos, representado naquele momento pela Assíria e o
Reino de Deus que haveria de ser implantado entre os homens (Captos 7-12)[1]. No centro destes
capítulos ele fala sobre uma criança que ainda estava por nascer, mas por causa
do tempo verbal do perfeito hebraico, utilizado pelo profeta, expressa como se a
criança já tivesse nascido concretizando desta forma todas as expectativas
messiânicas e pelo qual o Reino de Deus será introduzido no mundo dos homens
(capto 9).[2]
O nascimento deste menino haverá de mudar
totalmente a História não apenas de Israel e dos judeus, mas de todo o mundo.
Ele fara resplandecer a luz em meio às trevas; libertara os cativos; acabara
com as guerras e trará a paz definitiva entre os homens; e Isaías completa no
verso 6:[3] “Ele receberá todo o poder, o governo
de toda a terra. Estes serão os títulos de nobreza que Ele terá: Maravilhoso,
Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno e Príncipe da Paz!".
Todos estes títulos relacionados ao nome da criança deixa claro que Ele haverá
de exceder a todos os reis que o antecederam – sejam os reis de Israel/Judá ou
dos grandes impérios Assírio/Babilônico – pois esta criança é o Messias! O Rei
dos reis e Senhor dos senhores!
E
o Seu nome será MARAVILHOSO![4]
O primeiro título que o menino recebe
indica o sentido de “além do
entendimento humano”, ou seja, este menino não pode ser classificado
em nenhuma categoria humana, pela simples razão de que é o próprio Deus Eterno
que na pessoa do Filho, despojando-se de toda sua glória divina, assume a
plenitude de nossa humanidade com todas as suas limitações e finitudes: fome,
sede, dor, alegria, tristeza.
Este primeiro nome da criança a nascer é
rica em significado, gestada de verdade, um título sob o qual todos os demais
haverão de se agasalharem. Tudo que se relaciona a Jesus é maravilhoso,
extraordinário, magnifico.
Seu nascimento de uma jovem que ainda não havia tido relacionamento sexual com
seu futuro marido é algo fora do comum; sua vida desenvolve-se de forma
admirável; seus ensinamentos foram e continuam sendo incomparáveis; seus
milagres jamais foram superados; sua morte abalaram os alicerces e as fundações
do Universo; sua ressurreição foi gloriosa e sua ascensão deixou seus
discípulos maravilhados e extasiados.
Há poucos meses nasceu mais um herdeiro do
trono inglês, com toda a pompa e cercado dos melhores médicos e no melhor
hospital da Inglaterra. A mídia revestiu o nascimento desta criança com todos
os adjetivos encontrados nos dicionários e línguas humanas.
Mas o nascimento do Rei dos reis e Senhor dos senhores
ocorre de forma totalmente surpreendente. Jesus nasce em Belém uma das vilas
mais humildes da Judéia, em uma singela estrebaria, e tendo por testemunha
apenas alguns poucos pastores que avisados de forma angelical foram conferir se
não haviam tido uma alucinação coletiva. Ele é maravilhoso porque vem para nos
revelar a plenitude de Deus; ele veio para abençoar e não amaldiçoar; para
curar e não para matar; para levantar o caído; para dar descanso ao exausto e
exaurido; para pacificar e não fazer guerra; para dar vida e não morte.
Jesus foi tão maravilhoso que seus
inimigos, para prendê-lo e mata-lo, tiveram que acusa-lo de fazer o bem! Ele em
momento algum viveu em função de si mesmo, mas viveu intensamente em favor do
outro; nunca rejeitou ninguém e amou os seus até o fim; se compadeceu dos que
nada tinham e nada eram; viveu para buscar o perdido e para restaurar os
feridos.
Mas certamente a grande maravilha
manifestada a nós por Jesus é seu amor desmedido e manifestado na cruz, pelo
qual nós podemos ser salvos, como bem expressa um de nossos hinos:
No céu, na terra, que maravilhas
Vai operando o poder do Senhor!
Mas seu amor, aos homens perdidos,
Das maravilhas é sempre a maior.
Você
tem conhecido e experimentado desse Maravilhoso Jesus?
Mais
uma vez nos aproximamos do natal o que nos possibilita mais uma oportunidade
para trazermos à memória e redescobrirmos o quanto Jesus é Maravilhoso, extraordinário,
magnifico!
[1] Alguns comentaristas denominam estes
capítulos como “O livro de Emanuel” o que
representa bem o conteúdo da mensagem neles contido.
[2] A BLH capta bem essa questão do tempo
verbal: Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei. Ele
será chamado de “Conselheiro Maravilhoso”, “Deus Poderoso”, “Pai Eterno”,
“Príncipe da Paz”.
[3] É interessante que este verso tão
rico em significado e beleza não tenha sido citado por nenhum dos escritores do
Segundo Testamento.
[4] Muitos comentaristas preferem manter
os dois primeiros termos como sendo um único título: Maravilhoso
Conselheiro, mas não há nenhuma dificuldade linguística de mantê-las
como títulos separados.
Utilização
livre desde que citando a fonte
Guedes,
Ivan Pereira
Mestre
em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro
Blog
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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Quando
o Natal foi Comemorado em 25 de dezembro?
Contexto
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[1]
Alguns comentaristas denominam estes capítulos como “O livro de Emanuel” o que
representa bem o conteúdo da mensagem neles contido.
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