sexta-feira, 11 de março de 2022

Deuteronômio Capítulo 1 – Relembrando as Ações de Deus

 


É uma das grandes ironias das Escrituras que a geração que viu as obras de Deus mais vividamente se tornou o epítome daqueles que se recusam a acreditar nele.

Contexto do  Capítulo

Os israelitas por não terem fé para tomar posse da terra que Deus os faz peregrinar no deserto por 40 longos anos, até que toda aquela geração de desobedientes morressem, restando apenas Josué e Calebe. Deus não fica refém da nossa incredulidade para concretizar seus propósitos eternos.

A narrativa começa com os israelitas na fronteira de Canaã e termina com a nova geração pronta para adentrar à Terra Prometida. Quando uma geração falha, Deus levanta outra geração que é fiel e a História da Igreja comprova esta tese a cada século.

O Livro abre com uma ordem de Deus para se fazer um censo militar contando com todos os homens de vinte anos ou mais. O total chegou a 603.550. Os levitas foram cuidadosamente isentos desta numeração (já estavam inseridos no censo anterior dos levitas) devido à especialidade de seus serviços no Tabernáculo, o que será tratado no transcorrer do livro,

Aqui, então, temos o primeiro movimento em preparação para a vinda do povo para a terra que Deus lhes deu. Como sabemos, a nação foi criada para realizar um propósito divino maior. Nós somos inseridos na Igreja de Cristo para realizarmos um propósito e não tão somente usufruirmos das bênçãos.

Esse propósito foi, em primeiro lugar, punitivo, o juízo de Deus sobre os povos canaanitas. Eles devem estar preparados para a guerra, que foi a razão para se fazer o censo dos homens habilitados para a batalha.

O titulo em português que vem da Septuaginta significa repetição, ou cópia, da lei(a partir de duas palavras gregas, deuteros, que significa 'segundo', e nomos, que significa 'lei').  e vem da transliteração de 17.18, que na verdade diz: “uma cópia desta lei”. Esse título pode induzir a um equivoco do seu conteúdo, pois, Deuteronômio não é uma mera repetição da Lei, mas uma revisão, expansão e reiteração da Lei que fora dada no sopé do Monte Sinai. Em Hebraico é Dvarim (דברים),  extraída da primeira frase do primeiro verso “Eleh ha-devarim, “Estas são as palavras que Moisés falou a todo Israel além do Jordão” (Dt 1.1). 

A necessidade primária para que Moisés empreendesse tão árdua tarefa, lembrando que ele está com mais de 120 anos, é que a primeira geração israelita, por causa da incredulidade, pereceu no Deserto e agora uma nova geração está assumindo o manto. Para que sejam bem sucedidos e não falhem onde seus pais falharam, o velho e cansado Moisés vai trazer à memória deles os pontos fundamentais da Lei e da história deles.

Todos nós esquecemos às vezes e em decorrência disso somos impedidos de seguir em frente. Para chegar onde precisamos ir, precisamos lembrar onde estivemos. Está é razão pela qual os israelitas precisavam deste livro de

Deuteronômio para se lembrarem de suas origens e prepararem-se para o futuro. Esta nova geração israelita estavam prestes a entrar na Terra prometida. Mas antes que eles pudessem seguir em frente, eles precisavam recordar e gravar em suas mentes e corações a preciosa herança que Deus lhes havia dado. Rememorando sobre a Fidelidade de Deus, eles fundamentariam sua fé para transporem os enormes obstáculos que teriam pela frente. Esta é a razão pela qual Josué lança o desafio ao povo quando assume a liderança: Escolhei hoje a quem vocês vão servir, porém, eu e minha casa serviremos a Yavhew.

Síntese do Livro

A palavra Deuteronômio significa "Segunda lei", mas não é uma mera repetição e sim uma síntese dos registros anteriores [Êxodo, Levítico e Número]. Estas são as palavras de despedida do grande líder Moisés e que melhor maneira do que trazer à memória da nova geração israelita os pontos centrais de sua História. A maioria das pessoas que se rebelaram contra Deus tinha morrido, pois Ele tinha declarado que nenhum dos que se rebelaram entrariam na terra prometida (Nm 14.20-25). Agora uma nova geração estava prestes a entrar na terra prometida e Moisés quer que eles se lembrem de todas as coisas que Deus havia estabelecido nos termos da Aliança. O interessante é que, enquanto Moisés fala sobre todos os acontecimentos do passado, ele diz "vocês fizeram isso", mas havia sido os pais deles que fizeram todas essas coisas. Esta identificação direta com a geração passada tem como propósito alerta-los para não cometerem os mesmos erros que seus pais cometeram, e a razão pela qual pereceram no deserto.  O Deuteronômio termina com a morte de Moisés e o cenário está pronto para os israelitas entrarem na terra prometida conforme narrada no próximo livro, Josué.

O livro pode ser dividido em duas partes. Na primeira divisão (1-30) há três discursos de Moisés dirigidos ao povo, com introdução (1.1-4) e um breve apêndice histórico no final do primeiro discurso (4.41-43). A segunda parte (31 a 34) registra os eventos que se seguiram até o momento que antecede a sucessão de Moisés por Josué e a entrada na terra de Canaã.

Os últimos 4 capítulos marcam o fim da vida de Moisés. Ele encerra do modo que começou, no monte falando com Deus.

Um fator preponderante para nos motivar a estudarmos o livro de Deuteronômio é para que possamos compreender melhor o conceito de Aliança, pois ela é o pano de fundo e o fundamento dos Evangelhos e do Segundo Testamento como um todo.

 O conceito de Aliança carrega em si o fato de que pertencer ao povo de Deus implica em direta e continua luta contra o mundo e nesta batalha, como todas, há suor, lágrimas e sangue. Com muita facilidade colocamos Deus em uma camisa de força em que Ele somente pode agir com amor e graça, esquecendo-se de que Ele é soberano, santo e justo. O risco disso pode ser sintetizado nas palavras de H. Richard Niebuhr sobre o cristianismo [americano] nos anos sessenta em diante: “Um Deus sem ira trouxe homens sem pecado para um reino sem julgamento através do ministério de um Cristo sem cruz”. [The Kingdom of God in America. New York: 1937, p. 193].

Deuteronômio contém as últimas palavras e ações do grande líder Moisés, o que em si já se reveste de um carinho especial para os israelitas/judeus de todos os tempos. É também uma síntese dos livros de Êxodo, Levítico e Números. Nele encontra-se o “Shema” [שמע ישראל; "Ouça Israel") que se constitui na profissão de fé central do monoteísmo judaico (6.4-9).

Introdução Histórica (1.1-4.43)

O livro abre com Moisés relembrando tudo o que Yavhew havia feito pelo seu povo. Lembra-os dos atos poderosos e graciosos Dele e os chama a uma resposta adequada de lealdade aos termos da Aliança que fora estabelecida pelo próprio Deus (cf. Nm 10.11-42), como tão bem expõe Peter C. Craigie: “A renovação da aliança foi feita, não porque Deus tivesse mudado, mas porque cada geração tinha que se entregar regularmente em amor e obediência ao Senhor da aliança.... A tendência para olhar à aliança como um contrato legal automaticamente vinculando o homem a Deus tinha de ser rejeitada; pois a natureza da aliança é de uma expressão de relacionamento vivo, que exigia da parte deles uma entrega amável a Deus ao invés de uma aceitação legalista" [destaque meu] The book of deuteronomy. Grand Rapids, MI: Eerdmans,1981(1976), p.36-37.

Do Sinai a Cades-Barnéia (1.1-46)

Eles haviam levado apenas onze dias de viagem do Monte Sinai até Cades-Barnéia [Este é um grande oásis na fronteira de Edom, com quatro nascentes naturais. - cf. Nm 20.16], e quase o mesmo tempo de viagem de Cades-Barnéia até as planícies de Moabe onde agora estão acampados, todavia já se havia passado quarenta anos... Moisés inicia suas palavras trazendo à memória deles de que a presença deles ali e a posse da terra de Canaã somente tornar-se-a possível por causa da graça de Deus, não por causa de qualquer virtude neles (versos 1-8).

Foi unicamente por causa da misericórdia de Deus que eles se tornaram um povo forte e puderam usufruir das bênçãos de um governo justo, imparcial e humanitário (versos 9-18). E Deus continuaria dando novas provas de sua bondade infalível quando entrassem e vissem a terra rica que lhes estava sendo entregue. Deus havia cuidado deles [geração passada] durante toda a longa e cansada viagem do Monte Sinai (Horebe - Monte de Deus – onde Moises recebeu as tábuas da Lei), "carregando-os como um pai carrega seu filho pequeno que se tornou muito cansado para andar”. No entanto, eles murmuraram/rebelaram contra Deus e se recusaram obstinadamente a tomarem posse de Canaã, mesmo com todas as garantias da presença de Deus com eles (versos 19-33).

A teimosia obstinada daquela geração tinha sido a razão pela qual eles pereceram no deserto e não entraram em Canaã. Também foi a razão pela qual o próprio Moisés perdeu esse privilégio, pois em um momento de indignação com eles desobedeceu a uma ordem expressa de Deus e por essa razão Deus tirou o privilégio dele em liderar a conquista de Canaã, que foi transferida para Josué (versos 34-40; cf. Números 20.2-13).

Em sua ignorância e rebeldia eles tentaram conquistar Canaã sem Deus, mas fracassaram vergonhosamente e por está razão foram obrigados a retornarem para o deserto e ali viverem por quarenta anos, até que o último homem daquela geração morresse, com as exceções de Josué e Calebe, os únicos de toda aquela geração que creram e obedeceram a Deus (versos 41-46).

Aprendendo a Lição

            A Bíblia não é um livro de “historinhas”, mas a Palavra de Deus que deve ser entendida e vivenciada em nosso cotidiano.

a) Quando Deus fala por meio de Sua Palavra nós devemos ouvir atentamente e nos dispormos a obedece-la, mesmo quando isso contraria nossa vontade ou nossos planos;

b) Toda rebelião contra a vontade de Deus nos priva de suas bênçãos;

c) Tomaremos posse da nossa Canaã celestial unicamente por causa da graça e misericórdia de Deus e não por qualquer obra meritória nossa;

d) Precisamos abandonar a fé religiosa e exercermos a fé genuína que implica em negarmos a nós mesmos (não a minha, mas a tua vontade ó Pai), tomarmos a cruz (ensanguentada) e sairmos da nossa zona de conforto (religiosidade) e seguirmos a Cristo “eis me aqui, usa-me a mim”;

e) Devemos sempre vigiar para que à semelhança daquela geração israelita, que não valorizou as promessas de Deus (como Esaú que não valorizou sua primogenitura), posteriormente venhamos a chorar amargamente.

f) Devemos viver nesse mundo tenebroso e enfrentar todas as adversidades que surgem unicamente pela fé no Deus de nossa Salvação.

 

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira.
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br

 

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Referências Bibliográficas
CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado: versículo por versículo, v. 1. São Paulo: Hagnos, 2001.
CLINES, D. J. A. The Theme of the Pentateuch. Sheffield: JSOT Press, 1984.
CRAIGIE, Peter C. The book of deuteronomy. Grand Rapids, MI: Eerdmans,1981(1976).
DAVIDSON, F. (Ed.) O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Edições Vida Nova, 1990.
HARRISON, R. K. Introduction to the Old Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1969.
HOFF, P. O Pentateuco. 1. ed. São Paulo: Editora Vida, 2007.
LASOR, W. S.; HUBBARD, D. A.; BUSH, F. W. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999.
WIERSBE, Warren W. Pentateuco – comentário bíblico expositivo. Tradução por Susana E. Klassen. Santo André, SP: Geográfica e editora Ltda., 2006.


quarta-feira, 9 de março de 2022

Números Capítulo 1 – Aprendendo a Viver no Deserto

 
É uma das grandes ironias das Escrituras que a geração que viu as obras de Deus mais vividamente se tornou o epítome daqueles que se recusam a acreditar nele.

Preparação Para a Viagem

 O livro inicia com o povo israelita no deserto do Sinai, no segundo ano depois de terem saído do Egito. Havia passado um mês desde a construção do tabernáculo (Ex 40.1,2; Nm 1.1). O livro termina aproximadamente 38 anos mais tarde, nas planícies de Moabe, próximas ao Jordão, na altura de Jericó.

Durante este período eles receberam a Lei que estabelecia as normativas da Aliança que Deus havia firmado com eles através de Moisés (Êxodo); também foi o período em que foi construído o Tabernáculo e estabelecido às diretrizes básicas de como deveriam comparecer diante de Yahweh (culto) e de como deveriam viver o cotidiano, moral e socialmente, para manter a comunhão com Ele (Levítico).

Fora um longo ano, mas agora chegara a hora deles deixarem o Sinai e dirigir-se à terra prometida, Canaã. O livro de Números detalha os preparativos para a viagem, descreve as diretrizes básicas que eles precisavam seguir, bem como a narrativa descreve alguns eventos significativos que ocorreram ao longo do caminho.

É neste contexto de preparação que Moisés recebe ordem de Deus para fazer um censo e numerar todos os homens capazes de participar das guerras que estavam por vir. Na verdade Moisés vai fazer dois censos – este aqui mencionado (a velha geração que acovardada acabará perecendo no deserto) e outro ao final da narrativa (a nova geração que corajosamente tomará posse da terra de Canaã), quarenta anos depois do primeiro.

Síntese do Livro

O Livro de Levítico pode ser dividido em duas seções principais contendo um capítulo que faz uma transição entre os dois.

Primeiro, os capítulos 1-16 tratam de regulamentos rituais sobre ofertas quais e como deveriam ser oferecidas; o sacerdócio especificando as diversas funções deles e o Dia da Expiação que se constitui no coração do sistema sacrificial e por conseguinte do próprio livro de Levítico. O capítulo 17 faz a transição entre as duas divisões principais e trata sobre a importância do sangue na adoração de Israel [somente na festa da Páscoa  eram mortos milhares de cordeiros]. Na segunda divisão, os capítulos 18-27 é tratada a temática do cotidiano vivencial dos israelitas, pois como povo de um Deus santo era necessário que está santidade permeasse todas as esferas da vida pessoal, familiar e social deles.  Há uma ordem bem clara para que eles respeitassem o calendário das Festas estabelecidas por Deus e por fim há os pronunciamentos de bênçãos e maldições.

O Livro de Levítico ensina os israelitas em termos práticos o que significa para eles serem um reino de sacerdotes e uma nação santa, razão pela qual foram resgatados (Êxodo 19.6; cf.   1 Pedro 1.15-16; Romanos  12.1).

 Tudo estava preparado para que os israelitas marchassem firmes e corajosamente para se apossarem de Canaã. Eles haviam testemunhado atos poderosíssimos de Yahweh no Egito e por fim

atravessaram a pés enxuto o mar, o mesmo no qual Faraó e todo o seu exercício pereceram.

Do ponto em que se encontram a viagem até as fronteiras de Canaã levaria apenas algumas semanas, mas ... faltou-lhes um único ingrediente ... fé! Os espias que serão enviados trarão, com exceção de Calebe e Josué, relatórios terríveis em relação às forças poderosas dos habitantes canaanitas. A rebelião deles contra a liderança de Moisés é somente a ponta do iceberg que escondia a tremenda incredulidade daquela geração na Palavra empenhada de Yahweh e com a negativa de entrarem em Canaã eles estavam dizendo: não confiamos que Deus nos dará a vitória. E por causa disso toda aquela geração não entrou na terra de Canaã e pereceram no deserto. O segundo censo, que está no final do livro, é justamente quarenta anos após o primeiro, pois agora há uma nova geração de israelitas, moldados dentro dos conceitos estabelecidos na Torah e prontos para as batalhas que virão. Por sua fidelidade, a nova geração conquistaria a Terra Prometida que seus pais não conquistaram por causa de sua incredulidade.

 O título hebraico “no deserto” é mais adequado, pois o livro cobre a jornada do Sinai até as fronteiras de Canaã e depois a sua peregrinação por esta região árida e desértica. Os eventos registrados em Números estão dentro deste contexto de peregrinação. Não há interesse do escritor (Moisés) registrar tudo ou muitos detalhes deste longo período de peregrinação (Nm 32.13).

Contexto do  Capítulo

Os israelitas por não terem fé para tomar posse da terra que Deus os faz peregrinar no deserto por 40 longos anos, até que toda aquela geração de desobedientes morressem, restando apenas Josué e Calebe. Deus não fica refém da nossa incredulidade para concretizar seus propósitos eternos.

A narrativa começa com os israelitas na fronteira de Canaã e termina com a nova geração pronta para adentrar à Terra Prometida. Quando uma geração falha, Deus levanta outra geração que é fiel e a História da Igreja comprova esta tese a cada século.

O Livro abre com uma ordem de Deus para se fazer um censo militar contando com todos os homens de vinte anos ou mais. O total chegou a 603.550. Os levitas foram cuidadosamente isentos desta numeração (já estavam inseridos no censo anterior dos levitas) devido à especialidade de seus serviços no Tabernáculo, o que será tratado no transcorrer do livro,

Aqui, então, temos o primeiro movimento em preparação para a vinda do povo para a terra que Deus lhes deu. Como sabemos, a nação foi criada para realizar um propósito divino maior. Nós somos inseridos na Igreja de Cristo para realizarmos um propósito e não tão somente usufruirmos das bênçãos.

Esse propósito foi, em primeiro lugar, punitivo, o juízo de Deus sobre os povos canaanitas. Eles devem estar preparados para a guerra, que foi a razão para se fazer o censo dos homens habilitados para a batalha.

            Para realiza o censo militar Moisés contou com a ajuda dos lideres tribais (1.1-16). Esse levantamento tribo por tribo e família por família tomou um período razoável de tempo e foi concluído vinte dias antes de o povo deixar o Sinai (1.17-46; cf. 10.11).

E como referenciado os levitas não foram incluídos neste censo, pois estavam dispensados do serviço militar e posteriormente será feito um censo específico deles.  As responsabilidades deles estavam ligadas ao Tabernáculo. Eles deveriam transportar e cuidar do Tabernáculo, armando-o quando o povo acampava e desmontando-o quando eles tinham que marchar. Só eles poderiam erguê-lo e desmontá-lo; qualquer outro que tocasse morreria (v. 51; cf. 1 Sm 6.19-20; 2 Sm 6.6-7). Esta era a razão pela qual os levitas acampavam ao redor do Tabernáculo, e as demais tribos um pouco mais distanciadas do Tabernáculo (1.46-54). A cada uma das doze tribos foi estabelecido uma posição especifica que ocuparia no acampamento, de maneira que não viessem a discutir sobre isso no transcorrer do tempo.

            Os líderes que realizaram o censo foram escolhidos por Deus, não simplesmente por Moisés ou por sorteio e são mencionados nominalmente (1.5-16), para que ficasse bem claro que era Deus que havia determinado. O resultado final do censo é que havia em todo o Israel seiscentos e três mil e quinhentos e cinquenta homens habilitados para guerrear, ficando de fora os levitas, as mulheres e todos os que não tinham a idade mínima para a batalha (20 anos, v. 3).

            Desta forma foram três censos gerais, fora o dos levitas, que se realizou desde a saída do Egito e a entrada em Canaã: o primeiro (Ex 30.11-16) relacionado com os proventos para sustentar os levitas e o futuro Tabernáculo; o segundo aqui mencionado tem como objetivo a formação do exercito para as batalhas e o terceiro, será realizado na região de Moabe, na divisa com Canaã (capítulo 26) e que se relaciona com as designações territoriais para cada uma das doze tribos quando viessem tomar posse de sua herança. Em cada um destes censos Deus esteve na direção.

Quão diferente foi à motivação de Davi que teimosamente, contrariando a orientação de Deus, realizou um censo em seus dias, para saber a extensão de seu reino e que acabou por trazer a ira de Deus sobre ele e o povo “e naqueles dias morreram Mais de 70 mil israelitas” (II Samuel 24.24 e I Crônicas 21). Quando as coisas são realizadas dentro da vontade e para a glória de Deus há bênção para todo o povo, mas quando realizadas apenas para massagear os egos humanos produz-se sofrimento e morte. Fica aqui o alerta para os estatísticos evangélicos de plantão, que amam ostentar os números crescentes dos seus feudos eclesiásticos.

"E o Senhor falou" essa expressão maravilhosa lembra as primeiras palavras de Gênesis – “E falou Deus”. Estas primeiras palavras de Números, ou seu equivalente, são encontrados não menos do que oitenta vezes no livro, ou seja, Deus fala continuamente com Moisés e com o povo, pois é Deus quem está no controle de todos os detalhes e conduz todos, inclusive Moises.

O livro inicia afirmando que Deus falou e conclui relembrando à nova geração que Deus continua falando. A frase não é apenas uma frase piedosa, como alguns críticos afirmam, elas se constituem em pressupostos teológicos fundamentais da fé israelita e nossa fé cristã – Deus fala e as coisas acontecem – Satanás e todo o inferno podem gritar; os poderosos da terra podem levantar suas vozes, mas a única voz soberana é do Deus eterno, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus e Pai de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo – o nosso Deus!

Infelizmente a sociedade corrompida pelo pecado está completamente surda à voz de Deus; somente aqueles que experimentaram um novo nascimento estão habilitados para ouvirem, compreenderem e obedecerem a voz de Deus – Jesus afirmou: “as minhas ovelhas ouvem a minha voz e me seguem”, e somente estas. E quando Deus fala é para ser levado a sério. A vida individual e nacional de Israel foi sempre conduzida segundo a vontade de Yahweh e não pela vontade humana, embora essas duas coisas estejam sempre interagindo.

O Senhor fala, no meio do deserto, na porta da Tenda da Congregação (Tabernáculo). O deserto representa sempre o contexto das lutas e dificuldades as quais estamos sujeitos neste mundo tenebroso – a escassez de água e o sol fustigante se constituem em perigo constante para todos aqueles que atravessam um deserto. Os inimigos estão continuamente à espreita, aguardando uma oportunidade para atacar e destruir. Logo veremos nesta narrativa que os murmuradores de plantão fazem ruídos tão ensurdecedores ao ponto de em determinado momento Deus dizer a Moisés que vai deixa-los sozinhos e Moisés se prostrar em terra e clamar para que Deus tenha misericórdia e não se afaste deles. O deserto sempre revela aquilo que realmente somos e que tipo qual a qualidade, o DNA da nossa fé.

"E o Senhor falou" significa a presença de Deus no meio de seu povo; não importa quão duro e implacável seja o seu deserto ou quão escuro e tenebroso seja o vale que você esteja atravessando – o Senhor está contigo!

 

 

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira.
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Referências Bibliográficas

ALLEN, C. J. (Ed.). Comentário Bíblico Broadman: Levítico-Rute. v. 2. 2. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1994.

CHAMPLIN, Russell Norman. O Antigo Testamento Interpretado: versículo por versículo, v. 1. São Paulo: Hagnos, 2001.

CLINES, D. J. A. The Theme of the Pentateuch. Sheffield: JSOT Press, 1984.

DAVIDSON, F. (Ed.) O Novo Comentário da Bíblia. São Paulo: Edições Vida Nova, 1990.

HARRISON, R. K. Introduction to the Old Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1969.

__________. Levítico: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1983.

HOFF, P. O Pentateuco. 1. ed. São Paulo: Editora Vida, 2007.

LASOR, W. S.; HUBBARD, D. A.; BUSH, F. W. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999.

MESQUITA, A. N. Estudo no Livro de Levítico. 2. ed. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1971.

SCHULTZ, S. J. The Gospel of Moses. Chicago: Moody, 1979.

TURNBULL, M. Ryerson. Estudando o Livro de Levítico e a Epístola aos Hebreus. São Paulo: ed. Presbiteriana, 1954, p.13.

WENHAN, Gordon J. Números – introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1985. [Série Cultura Bíblica].

WIERSBE, Warren W. Pentateuco – comentário bíblico expositivo. Tradução por Susana E. Klassen. Santo André, SP: Geográfica e editora Ltda., 2006.

 

quinta-feira, 3 de março de 2022

Levítico Capítulo 1 – A Genuína Adoração e Comunhão com Deus

Especificações Concernentes às Ofertas e Sacrifícios

Síntese do Livro

O Livro de Levítico pode ser dividido em duas seções principais contendo um capítulo que faz uma transição entre os dois.

Primeiro, os capítulos 1-16 tratam de regulamentos rituais sobre ofertas quais e como deveriam ser oferecidas; o sacerdócio especificando as diversas funções deles e o Dia da Expiação que se constitui no coração do sistema sacrificial e por conseguinte do próprio livro de Levítico. O capítulo 17 faz a transição entre as duas divisões principais e trata sobre a importância do sangue na adoração de Israel [somente na festa da Páscoa  eram mortos milhares de cordeiros]. Na segunda divisão, os capítulos 18-27 é tratada a temática do cotidiano vivencial dos israelitas, pois como povo de um Deus santo era necessário que está santidade permeasse todas as esferas da vida pessoal, familiar e social deles.  Há uma ordem bem clara para que eles respeitassem o calendário das Festas estabelecidas por Deus e por fim há os pronunciamentos de bênçãos e maldições.

O Livro de Levítico ensina os israelitas em termos práticos o que significa para eles serem um reino de sacerdotes e uma nação santa, razão pela qual foram resgatados (Êxodo 19.6; cf.   1 Pedro 1.15-16; Romanos  12.1).

Este capítulo inicial abre tratando das ofertas e sacrifícios a serem oferecidas a Deus como expressão de adoração e louvor.  Mais especificamente, trata das "ofertas queimadas". As normativas de Levítico regiam os regulamentos para adoração no Tabernáculo e posteriormente no Templo e que envolvem não apenas os sacerdotes e levitas, mas todos israelitas, pois todos são chamados a adorar e louvar a Deus.

A tribo de Levi foi separada de todas as demais tribos para não apenas prepararem os animais e ofertas para o sacrifício e zelarem para que as ofertas fossem oferecidas dentro das especificações estabelecidas pelo próprio Deus (hoje seria a teologia bíblica correta), mas para ensinarem e conduzirem todo o povo a uma conscientização da santidade e glória de Yavhew (o Deus da Aliança). Infelizmente hoje o culto tornou-se entretenimento e perdeu a sua função fundamental de produzir uma conscientização crescente da santidade e glória de Deus, perdeu-se aquela sensação de temor e tremor que se constitui na verdadeira sabedoria.

O ofertante tinha que trazer uma das suas próprias ovelhas, gado ou cabras de seu rebanho. Ele deveria oferecê-lo voluntariamente perante a congregação no Tabernáculo e diante do Senhor. Os ofertantes tinham que ter plena consciência de sua pecaminosidade e não comparecerem diante de Deus com base em sua justiça própria. Esta é outra faceta cúltica atual que está completamente fora do contexto das Escrituras, pois grande parte dos que adentram os templos acham que Deus precisa deles e se sentem no direito de exigirem e ate mesmo emitirem ordem de comando para que Deus faça o que eles estão ordenando – como dizia o profeta e foi endossado por Jesus Cristo - erram por não conhecerem [obedecerem] as Escrituras.

 A Integridade Física dos Animais Para o Sacrifício

Contexto do  Capítulo

O livro de Levítico é parte integrante do conjunto de leis que Deus deu a Moisés. Deus não apenas deve ser adorado,  como estabeleceu a forma correta de como isso deve ser feito.  

O livro primeiramente trata das leis de consagração relativas aos sacrifícios, que estão relacionadas com a disposição divina para aproximar o povo de Yahweh no culto. Cinco sacrifícios são nomeados.

O primeiro, destes sacrifícios especificados, é o holocausto, que fala da necessidade de consagração pessoal a Deus. Pois aqueles que devem adorar são aqueles que falham continuamente em viver de acordo com os termos da Aliança estabelecida entre Deus e eles. Por conseguinte, o sacrifício que oferecem deve ser morto e queimado. Neste esquema, a verdade sobre a substituição como única forma do ser humano pecador se aproximar do culto é exposta. O sentido espiritual o leitor verá, ao longo do livro, de como esses sacrifícios estabelecidos no Antigo Testamento encontraram a sua plena  realização em Cristo.

 

Fica muito claro nas especificações relacionadas às ofertas de animais que Deus exige que eles sejam sem qualquer tipo de defeitos inclusive estéticos – sem manchas. Animais como ovelhas e bovinos devem ser machos que não estavam doentes, machucados ou aleijados da mesma forma os pássaros também devem ser apresentados em perfeitas condições.

 O animal deveria ser levado à porta do Tabernáculo e depois que o animal fosse examinado e declarado dentro das especificações o ofertante colocava a mão sobre a cabeça do animal enquanto este era imolado. A parte do adorador é colocar a mão na vítima, imola-la, esfola-la, cortá-la e lavá-la, ao lado do altar; o sacerdote faz o resto no próprio altar, derramando o sangue, trazendo o fogo, organizando as partes do animal anteriormente cortadas (para detalhes mais específicos 15.1-16). Deus estabeleceu instruções ainda mais específicas para o fogo e a colocação da madeira, bem como o que deveria ser feito com a cabeça e a gordura do animal, uma vez que esse sacrifício é feito para o Senhor.

Outra característica muito relevante é que quaisquer destes sacrifícios tinham que ser feitos voluntariamente a partir do desejo do ofertante de expressar o seu amor e adoração ao Senhor. Os sacrifícios queimados eram símbolos de uma fé e obediência pessoal (familiar) aos termos da Aliança e da relação (comunhão) deste ofertante e Deus. Jó que fora contemporâneo dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó já tinham esta prática, provavelmente recebida pela tradição oral desde Adão e a linhagem de Sete, que substituiu Abel que fora assassinado, de maneira que logo pela manhã Jó oferecia sacrifícios a Deus em favor dele e de sua família.

Evidentemente que eles não ofereceram nada menos do que o melhor. Deus não merece o resto, as sobras, o que não nos faz falta, como tão bem expressou Abraão – não oferecerei ao meu Deus o que não me custa nada - pois o Senhor não precisa de coisa alguma, mas Ele quer saber se de fato entendemos quem Ele é e o quanto Ele fez, faz e fará em nosso favor. No caso especifico dos israelitas haviam sido tirados da escravidão do Egito e estavam sendo supridos e guardados em pleno deserto [por quarenta longos anos].

No nosso caso é ainda mais extraordinário, pois Deus se deu a si mesmo por nós na cruz, na pessoa do Filho Jesus Cristo [ninguém toma a minha vida, eu a dou voluntariamente], para que nossos pecados fossem perdoados e a nossa divida no tribunal divino, fosse integralmente quitada, de maneira que pudéssemos ser tornados justos.

Levítico e Nós

O que este livro de Levítico tem haver conosco crentes do século XXI – tudo! Como procurei deixar claro nas pequenas inserções do texto acima, quando fazemos os links percebemos que os princípios que regem nossa relação pessoal com Deus permanecem a mesma, pois temos que nos oferecer como ensina Paulo, como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto de adoração e louvor.

Em Levítico a Lei expressa a maravilhosa Graça de Deus que aceita provisoriamente o sacrifício dos animais no lugar do pecador, que tipifica a morte do Cordeiro Santo de Deus que haveria de vir e assumir a plenitude de nossa humanidade, e no Evangelho temos a Graça que na Cruz cumpre todos os requisitos da Lei em Cristo e resgata todo aquele que crê do juízo condenatório do tribunal de Deus. A Lei perfeita de Deus e a Sua Graça maravilhosa caminharam, caminham e caminharão juntas em perfeita sintonia até o juízo final.

Finalmente, há uma ilusão incutida na mente das pessoas de que podem se relacionar com Deus de qualquer jeito. Infelizmente para tais pessoas isso não corresponde com o ensino estabelecido nas Escrituras. Depois da Queda a raça humana, corrompida pelo pecado, torna-se incapaz de se relacionar corretamente com Deus. Como uma criança os israelitas, arrancados de um meio completamente idolatra, precisa aprender a adorar a um Deus que é totalmente santo. Portanto, Levítico é um manual para aqueles que desejam aprender como oferecer a Deus um culto que possa ser aceito por Ele.

Muitos restringem este manual para uso exclusivo dos sacerdotes e levitas que eram os responsáveis por todas as atividades cúltica no Tabernáculo e posteriormente no Templo, o que não corresponde ao conteúdo geral do livro onde o orfante tinha uma participação ativa em relação aos sacrifícios e principalmente a última parte do livro trata das relações intersociais cotidianas de todos os israelitas. Mas principalmente à luz do sacrifício de Jesus Cristo e do ensino neotestamentário todos aqueles que creem em Cristo tornam-se parte integrantes do sacerdócio real e nação santa e podem adentrar ao Santo dos Santos, pois não há mais separação, e podem oferecer seu culto em espírito e em verdade, como ensinou o próprio Jesus à mulher samaritana. Desta forma o livro de Levítico tem muito a nos ensinar de como podemos de fato e de verdade nos relacionar com Deus e oferecer-lhe uma adoração que Lhe seja aceitável.

 

 

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira.
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br
 

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