sábado, 9 de agosto de 2025

Reflexão - Conversão ou Inclusão


O departamento de marketing do inferno trabalha 24hs para produzir mentiras e distorcer verdades. Já algumas décadas um termo se tornou bastante popular nos meios acadêmicos e nas mídias sociais – inclusão.

Originalmente o termo foi utilizado na pedagogia para se referir aos casos específicos de crianças portadoras de algum tipo de limitação físico mental e que necessitavam serem inseridas no contexto mais amplo do sistema educacional formal. Mas posteriormente o termo foi sendo ampliado e passou a significar toda sorte de inclusões em todas as esferas da vida social.

Finalmente, como não poderia deixar de ser o termo passou a ser um instrumento para criticar e combater o pensamento cristão centrado na Bíblia. Para os libertinos do século XXI o cristianismo bíblico está ultrapassado, pois trabalha na exclusão e não na inclusão de segmentos que se posicionam de forma diferente do pensamento bíblico e que não aceitam as restrições por ela ensinada.

Não tem faltado pastores, mestres e doutores em teologia que tem advogado a favor das chamadas minorias e para isso não tem qualquer pudor em desvirtuar o sentido de muitos textos bíblicos para ajustá-los às suas pseudas teses de inclusão de toda sorte de segmentos sociais.

Recentemente um destes autodenominados pastores inclusivistas, lançou um livro onde oferece interpretações corretivas de textos bíblicos, que segundo ele foram manipulados pelos intérpretes conservadores (de Moisés, perpassando por Jesus Cristo) e 21 séculos de teólogos bíblicos da igreja, mas que só agora ele “descobriu o ovo de Colombo” e segundo ele “corrigiu essas distorções”. As pretensões desta pessoa são ilimitadas.

Para advogar suas pretensões preferenciais ele se utiliza de textos bíblicos fora de seu contexto histórico-exegético, para interpretá-los à luz de seus vastos conhecimentos acadêmicos linguístico-hermenêutico-exegético (se é que ele tem algum).

Ele usa como argumento o texto da epistola paulina (1 Co 6:10-11) para afirmar que o apostolo não está ensinando que os desvios sexuais explicitados não são condenáveis aos olhos de Deus (conforme fundamento bíblico veterotestamentário usado por Paulo), mas que segundo ele (nossa) o texto não é específico (direto), mas é um termo genérico, portanto, ignorando a tradução literal do texto, e desta forma não aplicável a situações especificas.

Desta forma, em sua ignorância premeditada, ele despreza o fato de que o texto original expressa um sentido claro e direto, não apenas no termo em si, mas em todo o seu contexto, como o próprio apóstolo deixa evidente, em relação direta de alguém que assume o papel numa atividade sexual com pessoas do mesmo sexo. Ainda mais, ainda que isoladamente a palavra grega μαλακός contém o mesmo significado literal: “efeminado”.

No mundo greco-romano, e o apostolo está vivendo e escrevendo a pessoas que estão inseridas e respiram está atmosfera cultural vivencial, passou a designar homens considerados afeminados ou que assumiam o papel passivo em relações homoeróticas. E em sua epistola aos Romanos o apóstolo insere as mulheres nesta prática sexual distorcida (....).

Semelhantemente no contexto veterotestamentário no qual está inserido e fundamentado o pensamento teológico cristão primitivo, que normatiza toda interpretação bíblica até os dias atuais, este termo, e seus cognitivos, ganhou conotação negativa, sempre conectado diretamente à decadência moral ou ausência de domínio próprio. De maneira que tais pessoas deixam-se conduzir por seus institutos carnais, que estão biblicamente falando, conduzidas pela natureza decaída da raça humana. Portanto, esse não foi (originalmente), não é e nunca haverá um tempo em que seja, o propósito de Deus ao criar um homem e uma mulher, ao qual deu a ordem para que crescessem e se multiplicassem e usufruíssem da Criação que lhes fora proporcionada pelo próprio Deus, para benefício deles.

No contexto específico, a incipiente igreja cristã em Corinto enfrentava tensões éticas e morais, advindas dos membros originários dos mais variados contextos sociais e religiosos [era comum licenciosidade sexual nos rituais greco-romano]. De maneira que o apostolo Paulo escreve-lhes está correspondências nitidamente de cunho apostólico-pastoral, no esforço de corrigir desvios e preventivamente reafirmar padrões éticos cristãos, especialmente em relação à sexualidade e à pureza.

No Antigo Testamento somos ensinados de que Deus criou o homem e a mulher sexualmente ativos. Seus desejos e instintos os conduzem ao desejo prazeroso (Cantares) e à fecundação e perpetuação da espécie “crescei e multiplicai-vos” (Genesis....). Em nenhum momento os escritos paulinos e os demais escritos neotestamentários, contradizem essas primícias, ao contrário, como Paulo aqui está fazendo, apenas reafirmam os princípios originalmente estabelecidos por Deus e que expressam sem qualquer subterfugio a vontade e propósito do Criador.  

As falácias simplistas e tendenciosas deste autor de um “best-seller”, e tantos outros que tem surgido de tempos em tempos, apenas revelam uma péssima e disforme exegese, e uma péssima premissa hermenêutica bíblica. Não quis utilizar as ferramentas textuais adequadas ou adequadamente, para poder importar aos textos por ele(s) usado suas próprias opiniões e pressupostos sociais.

Evidente, que como individuo creio e defendo que todos os indivíduos sejam respeitados, assim como tenho o direito de exigir a recíproca, de que meus pensamentos e princípios bíblico-cristão sejam igualmente respeitados.    Parafraseando um dito de que defenderei até os últimos limites o direito de as pessoas fazerem suas escolhas pessoais, assim como defenderei até o fim o meu direito de discordar delas.

O que entendo ser inadmissível é uma minoria (e coloque minoria nisso), de querer impor sua vontade e pressupostos, a uma ampla (e ponha ampla nisso) maioria que discordam dela. E retornando ao título deste artigo – a Conversão biblicamente falando implica em “conversão, mudança de mentalidade, nova vivência”. A simples inclusão de pessoas cujas mentalidades não expressam o pensamento fielmente estabelecido nas Escrituras do Antigo e Novo Testamentos, não é e nunca foi a legitima conversão.

 

Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
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