O Salmo 8 é uma canção de louvor que glorifica a Deus como o Criador de todas as coisas, inclusive do ser humano. Fomos criados para expressar a glória de Deus, feitos à Sua imagem e semelhança. No entanto, esse privilégio foi perdido na Queda. Em Cristo, somos restaurados ao projeto original: viver para a glória de Deus.
Essa é a razão pela qual Jesus morreu na cruz. Não foi para nos
tornar ricos ou prósperos, nem para prolongar nossa vida neste mundo. Foi para
nos reconduzir ao propósito original para o qual fomos criados: exaltar,
glorificar e engrandecer o Deus que criou todas as coisas. Por isso, o salmista
abre seu hino declarando: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a
terra é o teu nome!” Ele contempla com admiração as perfeições de Deus.
A criação é a primeira revelação de Deus, nossa “primeira Bíblia”.
Quando foi a última vez que paramos para contemplar a beleza de Deus? Quando
foi a última vez que paramos para dar glória ao nosso Criador?
Durante a Revolução Francesa, um líder ateu disse a um aldeão
cristão: “Vamos derrubar a torre da sua igreja, para que você não tenha mais
nada que o lembre de Deus.” O aldeão respondeu: “Você terá que apagar as
estrelas também, pois elas continuam a nos falar Dele.”
Neste exato momento, todos os seres celestiais e os nossos irmãos
que já partiram estão cantando em uníssono: “Ó Senhor, digno és de receber a
glória, a honra e o poder, pois criaste todas as coisas; e por tua vontade elas
vieram a existir.”
Você e eu existimos para contemplar e glorificar a Deus. Quando não
fazemos isso, nossa vida perde o sentido. É por isso que tantas pessoas vivem
insatisfeitas, amargas e frustradas.
Depois de contemplar a glória de Deus na criação, o salmista se
volta para si mesmo e pergunta: “Que é o homem, para que te lembres dele? E o
filho do homem, para que o visites?”
Existe um ditado popular que diz: “Quem não te conhece, te compra
por alto preço.” Mas como Deus nos avalia? Qual o preço que Ele estaria
disposto a pagar por mim e por você? A resposta está na cruz. Para nos
restaurar ao lugar mais alto de onde caímos, Deus pagou o mais alto preço: Seu
Filho Unigênito, Jesus Cristo. A lua e as estrelas não custaram nada, mas a
redenção da nossa alma custou o sangue do Filho de Deus.
Este é um dos salmos mais citados no Novo Testamento. É o segundo
dos chamados Salmos Messiânicos, junto com o Salmo 2. Em Salmo 8.5, lemos: “Tu
o fizeste um pouco menor do que os anjos.” Paulo ecoa essa ideia em Filipenses
2.6–8, ao falar da encarnação de Cristo — que, sendo Deus, se fez homem. No
verso 6, o salmista declara: “Tu o fizeste dominar...” Aqui ele antecipa o
Cristo glorificado, que assumiu a plenitude da humanidade para que pudéssemos
participar de Sua glória.
Na desobediência de Adão, perdemos a imagem e semelhança de Deus.
Na perfeita obediência de Jesus, recuperamos a capacidade de refletir Sua
glória.
Este salmo começa com louvor, contemplação e admiração pela glória
de Deus. Mas o que mais impacta o salmista é o fato de que esse Deus glorioso
se importa com seres como nós. “Quem sou eu, para que te lembres de mim?” E
ainda assim, Deus se lembra de nós. Lembra de mim, de você — mesmo quando nós
nos esquecemos Dele.
Cântico final: E Deus criou o homem, sim, para o louvor da Sua
glória.
Mas esse homem preferiu não dar louvor à Sua glória.
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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