sábado, 22 de novembro de 2025

Sermão: A Glória de Deus e a Restauração da Dignidade Humana (Salmo 8)

 

O Salmo 8 é uma canção de louvor que glorifica a Deus como o Criador de todas as coisas, inclusive do ser humano. Fomos criados para expressar a glória de Deus, feitos à Sua imagem e semelhança. No entanto, esse privilégio foi perdido na Queda. Em Cristo, somos restaurados ao projeto original: viver para a glória de Deus.

Essa é a razão pela qual Jesus morreu na cruz. Não foi para nos tornar ricos ou prósperos, nem para prolongar nossa vida neste mundo. Foi para nos reconduzir ao propósito original para o qual fomos criados: exaltar, glorificar e engrandecer o Deus que criou todas as coisas. Por isso, o salmista abre seu hino declarando: “Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!” Ele contempla com admiração as perfeições de Deus.

A criação é a primeira revelação de Deus, nossa “primeira Bíblia”. Quando foi a última vez que paramos para contemplar a beleza de Deus? Quando foi a última vez que paramos para dar glória ao nosso Criador?

Durante a Revolução Francesa, um líder ateu disse a um aldeão cristão: “Vamos derrubar a torre da sua igreja, para que você não tenha mais nada que o lembre de Deus.” O aldeão respondeu: “Você terá que apagar as estrelas também, pois elas continuam a nos falar Dele.”

Neste exato momento, todos os seres celestiais e os nossos irmãos que já partiram estão cantando em uníssono: “Ó Senhor, digno és de receber a glória, a honra e o poder, pois criaste todas as coisas; e por tua vontade elas vieram a existir.”

Você e eu existimos para contemplar e glorificar a Deus. Quando não fazemos isso, nossa vida perde o sentido. É por isso que tantas pessoas vivem insatisfeitas, amargas e frustradas.

Depois de contemplar a glória de Deus na criação, o salmista se volta para si mesmo e pergunta: “Que é o homem, para que te lembres dele? E o filho do homem, para que o visites?”

Existe um ditado popular que diz: “Quem não te conhece, te compra por alto preço.” Mas como Deus nos avalia? Qual o preço que Ele estaria disposto a pagar por mim e por você? A resposta está na cruz. Para nos restaurar ao lugar mais alto de onde caímos, Deus pagou o mais alto preço: Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo. A lua e as estrelas não custaram nada, mas a redenção da nossa alma custou o sangue do Filho de Deus.

Este é um dos salmos mais citados no Novo Testamento. É o segundo dos chamados Salmos Messiânicos, junto com o Salmo 2. Em Salmo 8.5, lemos: “Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos.” Paulo ecoa essa ideia em Filipenses 2.6–8, ao falar da encarnação de Cristo — que, sendo Deus, se fez homem. No verso 6, o salmista declara: “Tu o fizeste dominar...” Aqui ele antecipa o Cristo glorificado, que assumiu a plenitude da humanidade para que pudéssemos participar de Sua glória.

Na desobediência de Adão, perdemos a imagem e semelhança de Deus. Na perfeita obediência de Jesus, recuperamos a capacidade de refletir Sua glória.

Este salmo começa com louvor, contemplação e admiração pela glória de Deus. Mas o que mais impacta o salmista é o fato de que esse Deus glorioso se importa com seres como nós. “Quem sou eu, para que te lembres de mim?” E ainda assim, Deus se lembra de nós. Lembra de mim, de você — mesmo quando nós nos esquecemos Dele.

Cântico final: E Deus criou o homem, sim, para o louvor da Sua glória.
Mas esse homem preferiu não dar louvor à Sua glória.

 

Utilização livre desde que citando a fonte

Guedes, Ivan Pereira

Mestre em Ciências da Religião.

me.ivanguedes@gmail.com

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