quinta-feira, 28 de março de 2019

Apocalipse: Babilônia x Nova Jerusalém


         
O livro do Apocalipse tem como uma de suas características literárias peculiares a utilização de figuras de linguagem. No caso especifico que tratamos aqui encontraremos no último livro bíblico as figuras contrastantes de duas cidades: a Babilônia (17.1-19.5) e a Nova Jerusalém (21.1-22.21). O valor significativo destas duas figuras esta no fato de que elas sintetizam a temática do Apocalipse sobre o fim do sistema pecaminoso e o inicio definitivo do sistema divino. Abaixo temos um quadro comparativo que vai ilustrar esta bipolaridade contrastante:           

Babilônia
Nova Jerusalém
Descrição Básica
A Grande Cidade (16.19; 17.18; 18.16 e 18).
A Cidade de Deus (3.12); a Cidade Santa (21.2 e 10).
Metáfora (Simbolismo)
A grande prostituta (17.1; 19,2)
A noiva / esposa do Cordeiro (21.2; 21.9)
Características Físicas
Grande, importante e poderosa (17.18; 18.2; 18.10; 18.16, 18, 19, 21); rica (18.3, 7, 9-19; cf. 17.4); o palco de todas as atividades sociais terrenas (18.22-23)
Compacta, estável e segura, perfeita em sua estrutura, feita de dos metais mais preciosos e de beleza exuberante (21: 10-21)
Origem
Planejada e construída com base no esforço humano (17.15)
Planejada e construída por Deus, ela vem do céu (3.12; 21.2, 10)
Habitantes
Aqueles que habitam na terra (17,2, 8); mas nenhum daqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro (17.8); nem aqueles que são parte do povo de Deus (18.4); nem um dos cristãos, apóstolos, profetas e mártires (17.6; 18.20, 24)
Aqueles que venceram  (3.12; 21.7); aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida  do Cordeiro (21.27); os que tiveram lavadas suas vestes (22.14); os servos de Deus e do Cordeiro (22.3-4); ficaram de fora os incrédulos, idólatras, mentirosos, etc. (21.8, 27; 22.15); e os que alterarem o que está escrito nesse livro (22.19)
Relação com as Nações e Seus Líderes
Exerce o domínio sobre os reis da terra (17.18); os reis e os habitantes da terra se prostituíram com sua imoralidade; as nações se embriagaram com o seu vinho (17.2; 18.3, 9); os governantes lamentam sua morte (18.10); comerciantes se enriqueceram negociando com ela (18.3) e choraram quando ela for destruída (18.11 s)
As nações caminharam na luz da cidade (21.24); reis e nações trarão sua glória para ela (21.24, 26); os povos experimentam a cura nela (22.2)
Significado
Perseguira os seguidores de Jesus (17.6; 18.24); fara guerra contra o cordeiro em associação com a besta (17.13-14); multiplicação do pecado, arrogância e luxuria (18.4-7)
Deus habitando entre o seu povo escolhido e recebendo deles adoração (21.3, 22; 22.3-4); estará cheia da glória de Deus (21.11, 23)
Destino Final
Sentirá a ira de Deus (16.19-21); será traída pela besta (17.16-17); ficará desolada (18.2; 21-23); receberá a retribuição por suas maldades (18.6); experimentará uma destruição súbita e violenta através do fogo (17.16; 18.8-10)
Habitação permanente (3.12); erradicação de toda tristeza, dor e morte (21.4); manancial da água da vida (21.6; 22.1,2, 17) e da árvore da vida (22.2, 19); será um reino eterno (22.5)

                Diante deste quadro é possível perceber que não há alternativas; o ser humano será cidadão de uma ou de outra cidade, de maneira que haverá “dupla nacionalidade”. Os que fazem parte da cidade da Babilônia devem usufruir ao máximo dela, pois o destino final deles será semelhante ao da própria cidade. Os que haverão de fazer parte da Nova Jerusalém devem viver de modo digno desta cidadania, pois não há comunhão deles com a Babilônia. Todos aqueles que tentam viver com dupla cidadania enganam-se a si mesmos e perderam duplamente, pois nem usufruíram da Babilônia e nem entraram na Nova Jerusalém.
            O escritor da epístola aos Hebreus (11.13-16), recordando os crentes do passado que morreram, muitas vezes de formas cruéis, sem negar sua fé e alertando os crentes do seus dias, como que contemplando esse quadro acima escreve: Estas pessoas de fé que eu mencionei morreram sem jamais terem recebido tudo quanto Deus lhes prometeu; mas viram tudo que os esperava adiante, e ficaram contentes, pois concordavam que esta terra não era a sua verdadeira pátria, mas que eles eram apenas forasteiros de visita aqui embaixo. E muito logicamente, quando eles falavam assim, estavam com os olhos postos na sua verdadeira pátria no céu. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas não; eles aspiravam por uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado de Deus deles; na verdade, Deus preparou uma cidade para eles".
            O dia do juízo está se aproximando rapidamente e o destino final de ambos os cidadãos será definitivamente estabelecido. Maranata! Oh Vem Senhor Jesus!

Não compreendo os Teus caminhos
Mas te darei a minha canção
Doces palavras te darei
Me sustentas em minha dor
E isso me leva mais perto de Ti
Mais perto dos Teus caminhos
E ao redor de cada esquina
Em cima de cada montanha
Eu não procuro por coroas
Ou pelas águas das fontes
Desesperado eu Te busco
Frenético, acredito
Que a visão da Tua face
É tudo o que eu preciso
Eu te direi
Que vai valer a pena
Vai valer a pena
Vai valer a pena mesmo
Sim, vai valer a pena
Vai valer a pena
Vai valer a pena mesmo
O grande dia haverá de chegar
Quando eu e você, eu e você nos encontraremos com ele
Naquele dia
E eu e você, eu e você
Cantaremos em uma só voz, a Ele, a Ele, a Ele
Senhor, valeu a pena
Senhor, valeu a pena
Senhor, valeu a pena mesmo
Senhor, valeu a pena
Senhor, valeu a pena
Eu haverei de cantar ao meu Senhor
Quando o grande dia chegar
Quando o grande dia chegar, e ele vem
Quando o grande dia chegar
Eu cantarei, eu cantarei, eu cantarei
Jesus, sim, sim, sim
Sim, sim, sim
Jesus, valeu, valeu, valeu, valeu, valeu, valeu, valeu
Viver pra Ti
Morrer pra Ti
Música: Vai Valer a Pena
Livres Para Adorar


Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br//

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Referências Bibliográficas
ALEXANDER H. E. Apocalipse. São Paulo: Ed. Ação Bíblica do Brasil, 1987.
ASHCRAFT, Morris. Comentário Bíblico Broadman, v.12, ed. JUERP, 3ª ed., 1983.
CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento Interpretado, v. 6, ed Milenium, São Paulo, 1988.
CLARKE, Adam, The New Testamento of Our Lord and Saviour Jesus Christ. Nova York: Abingdon-Cokesbury Press, vol. II, s. d.
CORSINI Eugênio. O Apocalipse de São João. São Paulo: Edições Paulinas, 1984.
DOUGLAS J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2001.
HENDRIKSEN, William. Mais Que Vendedores - Interpretação do livro do Apocalipse. São Paulo:  ed. CEP, 1987.
LAYMON, Charles M. The Book of Revelacion. Nova York: Abingdon Press, 1960.
LADD, George. Apocalipse – Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2008.
McDOWELL, Edward A. O Apocalipse – Sua Mensagem e Significação. Rio de Janeiro: Casa Publicadora Batista, 1960.
SUMMERS Ray. A Mensagem do Apocalipse. Rio de Janeiro: Ed. JUERP, 1980.

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