A história de Jacó e Esaú registrada nas
páginas do livro de Gênesis não trata apenas e tão somente das disputas entre
dois irmãos, mas se constitui na verdade em uma figura das lutas que estão
sendo travadas desde a queda entre a linhagem do Messias e a linhagem da
natureza humana decaída.
A mensagem proclamada pelo profeta Obadias é
uma consequendia direta da história de Esaú e Jacó ocorrido séculos antes,
quando as duas crianças ainda estavam no útero de sua mãe Rebeca (Gênesis 25). A
promessa ali proclamada de que o mais velho (Esaú) serviria o mais novo (Jacó)
vai se concretizar no transcorrer da história deles e quando Jacó utiliza-se da
malandragem para receber a benção da primogenitura seu irmão amargurado promete
mata-lo depois dos dias de luto do pai (Isaque) passar. Orientado pela mãe Jacó
busca exílio na terra de seus tios em Padã-Arã onde ele trabalhou 14 anos para
Labão em troca de se casar com Leia e Raquel (Gênesis 29). Durante este tempo Jacó
viu nascer muitos filhos que posteriormente vieram a formar as doze tribos de
Israel (Jacó). Simultaneamente Esaú também constitui família e gerou muitos
filhos, bem como aumentou grandemente em força econômica e política. Gênesis 36
trás detalhes da linhagem de Esaú e sua expansão geográfica.
Acossado pelo tio Jacó resolve retornar à
Canaã, e depois de uma breve reconciliação com seu irmão Esaú, cada um deles
vai viver sua vida e não temos mais registro de interação entre os irmãos ou
suas famílias. Isto dura até o tempo em que Israel sai da escravidão do Egito,
um período de 430 anos. Quando Moisés conduz Israel pelo deserto, ele solicita
permissão do rei de Edom (descendentes de Esaú) para passarem através de seu
país, mas o rei recusa (Números 20.14-21). Enquanto contornavam Edom os
Israelitas vieram a Moabe, que também recusou permissão para atravessarem por
suas terras. Neste ponto entra Balaão profetizado a favor de Israel e contra
Edom (Números 24.18).
Alguns destaques interessantes da história de
Edom e seu relacionamento com Israel podem ser vista no cronograma abaixo:
1406 a.C. Edom recusou
passagem a Israel a caminho do Jordão (Nm. 20.14-21)
992 a.C. Davi
conquistou Edom, matando a maioria dos homens (2Sm.8.13; 1Rs. 11.15 ss.)
860 a.C. Edom (com Moabe e Amom) atacou
Judá, mas foi destruído pelo seus aliados, depois de Josafá ter convocado o
povo à oração (2Cr.20).
847 a.C. Edom
revoltou-se contra Judá, constituindo o seu próprio rei (2Cr. 21.8).
845 a.C. Edom e Filístia pilharam Judá (2Cr. 21.16-17).
É
provável que o livro de Obadias tenha sido escrito logo após estes
acontecimentos.
785 a.C. Amazias
atacou Edom, matando 20.000 homens (2Cr. 25.11-12).
735 a.C. Edom revolta-se novamente, levando
muito cativos (2Cr. 28.17).
586 a.C. Edom
vingativamente ajudou a Babilônia a destruir Jerusalém, e por esse motivo foi-lhe
permitido estabelecer-se na parte sul de Judá (Sl.137.7, Ez. 25.12). Vários
estudiosos entendem que Obadias escreveu neste período a sua profecia.
300 a.C. Cidades e terra de Edom foram
tomadas pelos árabes nabateus, forçando os edomitas a ir para o centro e o sul
de Judá.
165 a.C. Judas
Macabeu tomou Hebrom, que se tinha tornado capital dos edomitas.
126 a.C. João Hircano subjugou os edomitas
(agora chamados idumeus) e forçou-os a serem circuncidados com os judeus.
40 a.C. Herodes, o Idumeu, sucedendo a seu pai
Antipater, tornou-se rei da Palestina, conquistando Jerusalém em 37 a.C.
70
d.C. Os idumeus foram completamente destruídos pelos exércitos romanos
de Tito, cumprindo-se as palavras de Obadias. “Serás
exterminado para sempre” (v.10), bem como as profecias de Joel (3.19) e
Jeremias (49.17,18).
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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