sábado, 11 de agosto de 2018

Viajando no Evangelho Segundo Mateus (3.1-10)



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A Voz do Arrependimento
            Continuamos nossa viagem na companhia do evangelista Mateus. Iniciamos nossa viagem conhecendo o personagem central – Jesus Cristo (capto 1 e 2), onde tomamos conhecimento de diversos detalhes peculiares relacionados ao seu nascimento. Agora sem qualquer preâmbulo quanto ao seu nascimento ou origem ele nos apresenta a figura emblemática de João, o Batista. Ele e seu ministério de pregador nos arremetem à intrepidez dos antigos profetas e particularmente ele cumpre a profecia de Isaías. Ele não prega nas cidades e muito menos na capital Jerusalém, mas no deserto e suas vestimentas e alimentação distinguiam-no dos outros. O tema de sua pregação é o arrependimento, porque o reino dos céus estava próximo, pois veio Jesus para inaugura-lo.
O ministério de João foi absolutamente único. Que outro pregador escolheu um deserto como a esfera geográfica de seu ministério? Filipe, o evangelista, certamente foi para o sul, num deserto, encontrar uma pessoa determinada; mas a pregação de João Batista estava tão impregnada do poder de Deus que as multidões se dirigiam a ele e pediam para ser batizadas, confessando seus pecados.

Quero convidar você a continuarmos com nossa viagem!

Evangelho Segundo Mateus (NVI)
Capítulo 3.1-10
Comentários
Síntese da Perícope: A Voz do Arrependimento
No final do capítulo 2, José, Maria e o menino Jesus retornam do Egito e se estabelecem na cidade de Nazaré, na região da Galileia, após a morte do rei Herodes, o Grande em torno do ano 4 a.C.
Mateus abre o capítulo três com o ministério de João Batista, cerca de 25 a 30 anos depois. Distintamente de Lucas (2.51,52) seu colega evangelista, Mateus opta por não incluir informações sobre a infância de Jesus. Ele apenas nos informa que Jesus cresceu na cidade de Nazaré, pois segundo a profecia ele receberia a alcunha de nazareno (Mt. 2.23; cf. Is. 11.1). Desta forma a infância de Jesus torna-se um enigma para nós, ainda que jamais para Deus. É neste espaço vazio de informações canônicas que proliferaram as literaturas apócrifas neotestamentárias que tanto sucesso fazem entre aqueles que anseiam persistentemente em desvalorizar a inspiração bíblica. Mas nem as literaturas evangélicas e nem qualquer outra literatura bíblica foi escrita e preservada para satisfazer quaisquer que sejam as nossas curiosidades, mas unicamente para comunicar a nós o propósito salvífico de Deus em e por meio de Jesus Cristo.
Mateus continua nos conduzindo e agora nos leva à região sul do famoso rio Jordão, tão caro à história israelita. Eis que surge a figura de João, o Batista, anunciando sua mensagem de arrependimento e declarando que o Reino dos céus está próximo, pois ele se constitui no precursor do Messias, tão aguardado pelos seus ouvintes judeus.  A alcunha de Batista está relacionada à sua pratica de “batizar” aqueles que se arrependem de seus pecados e se tornam aptos a fazerem parte do reino messiânico. João Batista quebra o chamado “período de silêncio” desde os dias dos últimos profetas veterotestamentário. A pregação e ministério dele são o meio que Mateus utiliza para romper também o silêncio de Jesus em todos os seus anos anteriores em Nazaré.
A figura do Batista foi emblemática a ponto dele ser confundido por muitos com a figura do próprio Messias, mas ele tinha plena consciência de que era tão somente um precursor que deveria preparar a chegada daquele que de fato haveria de inaugurar o Reino de Deus.  
OBS.: A partir deste capítulo José não aparece mais em nenhuma outra narrativa de Mateus (ele não é mencionado nem mesmo no casamento de Caná da Galileia cf. João 2.1-12). A maioria dos comentaristas entende esse silêncio como indicativo de que neste intervalo de quase trinta anos José tenha falecido e que Jesus sendo o mais velho dos filhos do casal assume a responsabilidade da família, até que os demais tenham condições para isso.
1 Naqueles dias surgiu João Batista, pregando no deserto da Judéia.











2 Ele dizia: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".









































3 Este é aquele que foi anunciado pelo profeta Isaías: "Voz do que clama no deserto: "Preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele".

4 As roupas de João eram feitas de pelos de camelo, e ele usava um cinto de couro na cintura. O seu alimento era gafanhotos e mel silvestre.



5 A ele vinha gente de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a região ao redor do Jordão.









6 Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão.










7 Quando viu que muitos fariseus e saduceus vinham para onde ele estava batizando, disse-lhes: Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima?


8 Deem fruto que mostre o arrependimento!

9 Não pensem que vocês podem dizer a si mesmos: "Abraão é nosso pai". Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão.



10 O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo.

Mateus usa uma fórmula indeterminada nos anos para referir-se ao tempo em que João Batista iniciou seu ministério. "Naqueles dias", ou também "depois daqueles dias", fazendo referência aos anos ocultos de Jesus Cristo em Nazaré. Mas também conecta os acontecimentos anteriores (capto 1 e 2), aos acontecimentos seguintes. A partir deste momento algo novo estará acontecendo, pois o Reino e sua Justiça serão implementados.
João Batista era apenas seis meses mais velho que Jesus (Lucas 1.26, 36). Então ele tinha cerca de trinta anos quando começou seu ministério. Mateus refere-se simplesmente ao fato do início do ministério de João, alegando que ele veio pregando sua mensagem evangélica (evangelho – boas novas) no deserto da Judéia.
João não anuncia sua mensagem na capital Jerusalém e muito menos no centro religioso do Templo, mas na região montanhosa que transpassam a parte central da Palestina judaica chegando até as margens do rio Jordão, pouco povoada devido suas condições semiáridas, mas ainda assim havia espalhadas nesta região ao menos seis pequenas cidades ou vilas (Js 15.61,62).
O cerne da mensagem de João Batista é o chamado ao arrependimento (gr. μετανοείτε, seg. per. pl. pres. imp. de μετανοέω - o verbo aparece cinco vezes em Mt 3.2:4.17: 11.20,21; 12.41, duas vezes em Mc, nove vezes em Lc, cinco em Atos, uma em 2Co 12.21 e onze vezes no livro de Apocalipse. O substantivo cognato μετάνοια é também de ocorrência frequente, começando com Mt 3.8.11). A ideia é de uma mudança radical que afeta as emoções, a mente e a vontade, ou seja, uma mudança completa de vida.
Não é apenas um exercício de retórica, mas um imperativo. Os judeus haviam assimilado em grau, gênero e numero a cultura greco-romana, onde os limites morais haviam sido totalmente destruídos. A religiosidade a partir do Templo e seus fragmentados grupos estavam muito longe da proposta de Deus através de suas leis (Isaías 29.13). A única solução é um arrependimento genuíno e integral de dentro para fora, que inicia no coração, mas permeia todas as instancias da vida.
Esse arrependimento torna-se urgente mediante o fato de que o Reino dos Céus está próximo e ninguém adentrara ao Reino sem experimentar um arrependimento profundo.
Evidentemente que esse arrependimento é consequência da graça de Deus mediante a e a regeneração (novo nascimento), conforme o ensino neotestamentário.
A pregação de João é o ressoar dos séculos de pregação profética veterotestamentária, simples e direta, sem artificialismo.
A ilusão da religiosidade e descendência abraâmica não subsistira quando o Reino for instaurado o que o profeta Jeremias há muito tempo atrás havia proclamado (31.31-34). Uma Nova Aliança será realizada através de Jesus Cristo.
A palavra “reino” é encontrada cinquenta e seis vezes neste Evangelho e a expressão “Reino dos Céus (ou o reinado de Deus)” só encontram-se aqui em Mateus (aparece 32 vezes), pois seus colegas evangélicos optam por “Reino de Deus”.
Os comentaristas mais puristas conseguem fazer uma distinção entre as duas expressões, mas em geral elas são vistas como intercambiáveis, pois se referem ao governo soberano de Cristo cujo Reino abrange tudo e todos. Muitos ensinamentos sobre o reino dos céus em Mateus são repetidos para o reino de Deus em Lucas. As distinções são decorrentes principalmente da aplicação de uma hermenêutica dispensacionalista.
Mateus extraiu a expressão das profecias de Daniel (2.34, 35, 44; 7.13,14, 23-27). É representado no reinado de Davi (2 Sm 7.7-10), ratificado pelo profeta Zacarias (12.8); o anjo ao comunicar a noticia à Maria sobre sua gestação sobrenatural inclui esses aspectos de um governo universal (Lc 1.32-33), sem qualquer restrição geográfica ou temporal. As últimas palavras de Jesus Cristo aos seus discípulos, denominada de a Grande Comissão, enfatiza o aspecto universal do Seu Reino “discípulos de todas as nações” (povos, etnias). A nação de Israel/Judá foi estabelecida para ser uma testemunha (luz) para todas as nações (Ex. 20.2; Dt. 5.6; 6.12: 7.6: etc.), mas escolheu ser apenas mais uma entre outras nações; Jesus estabelece Sua Igreja para que cumpra o propósito original de ser luz entre e para todas as nações do mundo.
Nesse primeiro momento o Reino é manifestado de forma interna e espiritual; está no interior (Lc 17.20,21); por isso exige um novo nascimento (João 3.3). A justiça do Reino não deve ser apenas externa e cerimonial (religiosidade) como a dos fariseus e escribas, mas decorrente de uma nova natureza espiritual.
Mateus e seus companheiros evangelistas concordam que João Batista é o arauto que veio para anunciar a chegada do Cristo (Messias), conforme anunciado quase setecentos anos antes pelo profeta Isaías (40.3-5). Quando os fariseus perguntam se ele é o Messias, João apenas declara que é tão somente “a voz” (φωνή – João 1.23) e Jesus faz o link direto entre João Batista como arauto e a mensagem do profeta veterotestamentário.
A vestimenta e alimentação exótica de João Batista eram típicas dos moradores em lugares áridos como as montanhas que contornam o deserto da Judeia e também fazia uma relação direta ao ministério profético de Elias (2Rs 1.8; Zc 13.4, cf. Lv 11.22) considerado um representante dos profetas veterotestamentário. O seu estilo de vida é um contraste aberto do estilo de vida luxuoso dos líderes religiosos e políticos que o fazem à custa de expolirem os pobres e necessitados, descumprindo abertamente as leis estabelecidas na Aliança.
A popularidade de João Batista é tão impressionante que “toda” Jerusalém e a região da Judeia saem para ouvi-lo, evidente que é a utilização de uma hipérbole, mas que ilustra a intensa procura das pessoas para ouvir um “homem de Deus” depois de quatrocentos anos de silêncio. João atrai atenção das pessoas apesar de sua simplicidade e desapego aos bens materiais; não há milagres e nem promessas de prosperidade, mas um sermão autêntico e exortativo para um arrependimento e retorno à comunhão com Deus. Sua pregação era uma brisa refrescante em meio ao calor do deserto do legalismo e hipocrisia das lideranças religiosas judaicas.  
Em nenhum momento o evangelista declara que a grande multidão creu na pregação, assim como aconteceu com os profetas que o antecederam e irá acontecer com Jesus posteriormente; o mais provável é que um número pequeno de fato recebeu a mensagem de João. Sempre se encontrará muitos interessados, mas sempre serão poucos os convertidos.
Na medida em que as pessoas criam na mensagem e confessavam, ou seja, elas declaravam publicamente o compromisso de deixar a prática de seus pecados, tais pessoas eram batizadas às margens do rio Jordão. Os judeus estavam acostumados a abluções rituais que expressavam limpeza e purificação, muitas delas prescritas na Lei mosaica (cf. Lv 14.8; 15.5,6,22; 16.24; etc). O arrependimento (fé) precede o batismo e jamais o contrario, pois o batismo sempre foi uma manifestação visível de uma regeneração invisível. A peculiaridade é que João Batista prega e conclama ao arrependimento, não os gentios e/ou prosélitos do judaísmo, mas os próprios judeus, que se autodenominavam “filhos de Abraão”. Seus ouvintes judeus haviam perdido o direito de primogenitura e agora necessitavam de se arrependerem e retornarem à Aliança.
Mas entre os ouvintes havia os fariseus e saduceus, ao qual João (como o fará Jesus posteriormente – Mt 12.34; 23.33; cf. Ap 12.9; 20.2) dirige palavras contundentes: “geração de víboras”, nada conduz mais pessoas ao inferno do que a religiosidade estéril e destituída de um arrependimento genuíno.
A expressão seguinte: “quem os ensinou (intimidade, interioridade) a fugir da ira eminente”. A ilusória religiosidade expressada nos fariseus e saduceus, os dois maiores e mais influentes grupos judaicos, podia encantar as pessoas, mas jamais passariam imunes ao olhar perscrutador de Deus, que sonda os corações e a alma. O critério do tribunal divino são os “frutos de arrependimento”, sem os quais ninguém verá a Deus. A salvação não é hereditária e o fato genético de ser descendente de Abraão não se constitui em um passaporte para o Reino dos Céus (de Deus). O mesmo Deus que criou do pó da terra o ser humano, poderia povoar o deserto da Judeia com uma nova descendência de homens e mulheres sem qualquer ancestral físico e aqui João esta fazendo um trocadilho, pois as palavras “pedras” e “filhos” possuem uma grafia semelhante no aramaico. Simbolicamente Deus pode converter os corações desobedientes (pedra) em corações obedientes (carne) cf. Ez 36.26.
Assim como Reino e sua Justiça estão eminentes, o juízo de Deus igualmente será manifestado – “o machado está posto à raiz das árvores”. A ideia é de se cortar com um único e definitivo golpe. A vinda do Messias seria uma bênção para os que crendo se arrependessem, mas seria terrível para todos aqueles que o rejeitassem. Se o Reino dos Céus é uma realidade, igualmente é real a ira de Deus. Se a graça de Deus salva o pecador, o juízo de Deus condena o pecado. 
Assim como seu ministério o batismo por ele efetuado é com água, mas aquele que virá após ele batizará com fogo. Assim como as árvores, ainda que cheia de folhas, que não produzem frutos devem ser arrancadas e lançadas no fogo (na última semana teremos o exemplo da figueira que não tinha frutos), toda religiosidade que não produz frutos de justiça será cortada e lançada ao fogo, que aqui simboliza o juízo de Deus que se manifestará contra o mal em suas múltiplas formas (Mt 13.40-42, cf. Is 10.34; Jr 46.22).
O batismo com água é um indicativo de que a pessoa se arrependeu, mas o batismo de Jesus pelo Espírito Santo e o fogo (At.1.5) testa a genuinidade desse arrependimento. Mateus utiliza em diversos momentos a imagem do fogo como símbolo do julgamento divino (5.22; 7.19; 13.40,42; 18.8; 25.41).
               
Aplicação Geral da Perícope 3.1-12 (Mc 1.2-6; Lc 3.1-9; Jn 1.6-8,10-34)
v  O deserto é uma imagem forte no consciente israelita/judaico. Foi no deserto que Deus sustentou e renovou as velhas gerações que haviam saído do Egito. É no deserto que Deus estabelece a Lei que vai reger a relação entre Deus e seu povo (nação). É no deserto que Davi encontra refugio e segurança quando perseguido pelo ensandecido rei Saul. O profeta Oséias (2.14) declara que foi no deserto que Deus ao seu povo em intimidade, palavras de amor, comunhão e encorajamento. É quando atravessa as tensas sombras dos vales da morte que o cristão experimenta de forma mais intensa todo o cuidado de seu Pastor (Sl 23). Quando seus servos são obrigados a viverem como párias “errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (Hb 11.38), eles usufruem da mais doce e intima comunhão com seu Deus e Pai.
v  Quão distantes estão os atuais pregadores do espírito simples e humilde de João Batista, que era um arauto não apenas com suas palavras, mas acima de tudo com sua própria vida. Estava no mundo, mas não se deixou encantar pelas ilusões deste mundo. A vida de cada crente deve ser uma mensagem visível e silenciosa do evangelho que o transformou (Rm 1.17). A maneira como o crente vive valida o que ele prega ou desqualifica suas próprias palavras. A grande necessidade no Brasil hoje não é de pregadores, há muitos e os mais diversos, mas lhes falta a credibilidade de uma vida que reflita seu relacionamento com Deus e seu compromisso com a Justiça do Reino.
v  Continua valendo ainda hoje que o arrependimento e o subsequente batismo devem atestar uma nova forma de viver; Jesus inicia seu ministério pregando a mesma mensagem de João “arrependei-vos” e exigindo de seus discípulos o mesmo compromisso de uma nova vida onde os valores do Reino devem ser manifestados na vida diária deles; a primeira pregação de Pedro após o Pentecostes tem o mesmo imperativo “arrependei-vos e seja batizado”. Sem o arrependimento as pessoas não permaneceram em pé, sem arrependimento todos perecerão (Lc 13.3; Atos 17.30,31). O que a nação brasileira necessita urgentemente é um avivamento espiritual que produza genuíno arrependimento nos corações e na vida.
v   Portanto, confessar aqui (e no restante da bíblia) não é simplesmente uma repetição audível de seus pecados, pois Deus conhece cada e todos eles e até mesmo os que ainda não foram praticados, mas todo aquele que se submetia ao batismo público sabiam que simbolizava uma renuncia definitiva com sua antiga forma de viver, e um compromisso público de buscar uma vida em sintonia com a vontade de Deus, vivenciando os valores da Justiça do Reino dos Céus. A verdadeira circuncisão (fé) nunca foi a do prepúcio, mas a do coração. O genuíno arrependimento, consequente de uma fé fundamentada na Palavra de Deus, inicia-se no coração e é bombeada para cada uma das células do corpo e se expressa em todas as esferas da vida do crente, onde prevalece sempre a Vontade de Deus. Como nos dias de João Batista há milhares de pessoas que vivem iludidas, pensando que a simples religiosidade é suficiente para conduzi-los ao Reino dos Céus, mas sem um genuíno arrependimento, efetuado pela ação do Espírito Santo, ninguém entrara no Reino de Deus.
v  Os fariseus e saduceus estavam ali não por desejarem se arrepender de seus pecados, mas simplesmente porque se incomodavam com a popularidade de João. Estavam preocupados em preservarem suas estruturas religiosas pelas quais se sentiam seguros e se constituía no instrumento de dominação sobre a população. Preservar o status quo de suas estruturas religiosas é a razão da vida dos fariseus e saduceus de ontem e de hoje. As estruturas denominacionais e a construção de pequenos impérios evangélicos são a razão da vida (e serão também da morte) de seus líderes. Qualquer um ou qualquer coisa que possa ameaçar seus domínios serão tratados implacavelmente como inimigos.
v  Na mensagem proclamada por João há uma urgência de se aproveitar o tempo da graça que Deus está oferecendo. Uma vez mais é possível ouvir o eco distante do profeta Isaías quando ele insistia com seus contemporâneos: "Busque o Senhor enquanto ele se deixa ser encontrado, chame-o enquanto ele está perto" (Is 55.6).
v  Ainda que o juízo seja eminente, por causa da graça, ainda haverá um tempo para arrependimento sincero e um retorno a Deus (Lc 13.8). Uma vez mais Deus pacientemente suporta os vasos da ira (Rm 9.22). O Deus de toda graça e misericórdia proporciona um tempo para arrependimento (Ap 2.21).



Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
me.ivanguedes@gmail.com
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