A cidade de Petra, capital de Edom. |
Este país estava situado no Sudoeste da Palestina e era
também conhecido como Monte Seir. Seu
território era extremamente montanhoso de maneira que facilitava a construção
de fortificações contra seus adversários, o que os tornou extremamente arrogantes.
Suas terras eram muito férteis de maneira que produziam alimentos em abundância
os tornando autossuficientes. Moisés,
ao enviar mensageiros ao rei de Edom, falou da posição israelita em
Cades-Barnéia como “na extremidade do teu
território”, e ao solicitar permissão para uma passagem pacífica através do
território dos edomitas, Moisés referiu-se aos campos, vinhedos e poços deles (cf. Nm 20.14-17).
Edom estava localizada ao sul do Mar Morto e margeava o
Mar Vermelho em Eilat e Ezion Geber. Os edomitas tinham origem semita e a
tradição os tinha como descendentes de Esaú (irmão gêmeo de Jacó - cf. Gn 36.1-43).
Esaú também é chamado de Edom (cf. Gen 25:30-34 foi aplicado a ele por ter
vendido sua primogenitura em troca do cozido vermelho); é também uma possível referência
aos rochedos de arenito vermelho da região. Eram exímios caçadores e depois de
desalojarem os habitantes horitas (cf. Gn 14.6; 36.20-30) passaram a ocupar
aquele território, Seir, e se organizaram em tribos comandadas por um chefe
(aluf), de maneira que Seir e Edom são sinônimas no que se refere à região; os
edomitas seguindo a evolução dos demais povos se constituíram em uma monarquia.
Os edomitas sempre foram inimigos dos israelitas (em
Gênesis, a hostilidade entre Edom e Israel começa no útero – cf. Gn 25. 22-23; Ob
verso 10; Ml 1 2-3; Rm 9.10-15); guerrearam contra Saul e foram fortemente derrotados por Davi, que acabou por anexar parte de seu
território. Posteriormente reconquistaram sua independência durante o reinado
de Jorão; sempre estiveram em guerra
contra seu vizinho-parente.
No século VIII a.C., os edomitas foram dominados pelos
assírios, tornando-se seus vassalos. Quando da invasão dos babilônios sobre
Judá e posteriormente Jerusalém, eles não apenas aplaudiram, como também
aproveitaram a ocasião para saquearem a cidade e o Templo (cf. Sl 137.7; Lm 4.21-22).
A mensagem do profeta Obadias se dirige
diretamente aos edomitas, referindo-se a esse terrível momento histórico:
Por causa da violenta matança que você fez contra o seu
irmão Jacó, você será coberto de vergonha e eliminado para sempre.
No dia em que você ficou por perto, quando estrangeiros
roubaram os bens dele, e estranhos entraram por suas portas e lançaram sortes
sobre Jerusalém, você fez exatamente como eles.
Você não devia ter olhado com satisfação o dia da desgraça
de seu irmão; nem ter se alegrado com a destruição do povo de Judá; não devia
ter falado com arrogância no dia da sua aflição.
Não devia ter entrado pelas portas do meu povo no dia da
sua calamidade; nem devia ter ficado alegre com o sofrimento dele no dia da sua
ruína; nem ter roubado a riqueza dele no dia da sua desgraça.
Não devia ter esperado nas encruzilhadas, para matar os que
conseguiram escapar; nem ter entregado os sobreviventes no dia da sua aflição.
Obadias 1:10-14
A jactância dos edomitas tinha sua razão no fato de que
sua capital, Petra, havia sido construída sobre uma íngreme e quase inexpugnável
montanha, se constituindo em uma das maravilhas do mundo antigo. Petra
apresenta uma vista estupenda com o seu design de edifícios, esculpidos na
própria montanha, de pedra-de-rosa vermelha bonita. Era praticamente
inexpugnável do ataque de inimigos. Havia apenas um longo e estreito canyon como
entrada, onde uma pequena força de soldados poderia proteger a cidade de ser
tomada por um grande exército.
Entretanto,
em meados do sexto século a.C., tropas babilônicas, comandadas pelo rei
Nabonido, escalando os íngremes rochedos que davam proteção a Petra, a
conquistaram, dando cumprimento às palavras do profeta Obadias que havia dito que
os ‘aliados’, ‘confederados’, ‘amigos de
confiança’, de Edom, os ‘enganariam’,
‘prevaleceriam contra’ eles e ‘colocariam uma armadilha’ debaixo deles.
Sob Nabonido os edomitas perderam para sempre todas as suas riquíssimas rotas comerciais
e mercantis (cf. Ob versos 1 e 7). Durante o período do cativeiro babilônico
dos judeus, os edomitas, expulsos de seus territórios, passaram a ocupar o
território ao Sul de Judá, e muitos ali permaneceram mesmo após o período do
Exílio babilônico.
No período do domínio romano, temos o relato de que os
edomitas (idumeus) sofreram fragorosa derrota diante de Judas Macabeu. (1
Macabeus 5:3). Posteriormente, segundo Josefo, João Hircano I subjugou todos eles,
permitindo-lhes que permanecessem na terra, sob a condição de se submeterem à
circuncisão e aderirem à lei judaica. Sem outras alternativas eles concordaram
com tais condições. (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], XIII, 257, 258
[ix, 1]). Alguns habitantes da Iduméia achavam-se entre os que pessoalmente
vieram a Jesus, ao ouvirem falar de “quantas
coisas fazia” (Mc 3:8). Um de seus representantes mais ilustre, nas páginas
do Novo Testamento, é Herodes, que reinou sobre os judeus, mas tanto ele como
seus descendentes sempre foram grandemente hostilizado pelos judeus por sua
origem edomitas.
Dicionário
da Bíblia Unger, a respeito de Edom durante a época romana, registra:
Os edomitas estavam agora incorporadas com a nação judaica,
e toda a província era frequentemente denominado por escritores gregos e
romanos como Iduméia. Imediatamente antes do cerco de Jerusalém por Tito,
20.000 idumeus foram admitidos na Cidade
Santa, que se encheram de roubo e derramamento de sangue.
É provável que estes edomitas-idumeus se associaram aos extremistas
religiosos judaicos, os chamados zelotes, assassinando todos os moradores de
Jerusalém que não se opusessem ao domínio romano. Depois do ano 70 d.C. os
edomitas desaparecem dos registros históricos judaicos.
Me. ipg
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