A
expressão "mundo greco-romano" é utilizado
pelos historiadores para identificarem o mundo geográfico que abrangem as cercanias
do Mediterrâneo desde a época de Alexandre, o Grande, durante os primeiros três
ou quatro séculos do Império Romano.
Alexandre
foi indiscutivelmente o conquistador mundial mais significativo na história da
civilização Ocidental. Em 356 a.C., ele teve
que assumir o trono da Macedônia como apenas vinte anos de
idade, após seu pai, o rei Filipe II, ter sido assassinado. Apesar de sua
juventude ele cultiva o sonho de conquistar as terras do Mediterrâneo Oriental.
Rapidamente demonstra ser um estrategista militar brilhante, e corajosamente -
alguns diriam impiedosamente - invadiu a Grécia ao Sul e foi conduzindo seus
exércitos ao longo das regiões costeiras da Ásia Menor (Oriente moderno) para o
Oriente, alcança a região da Palestina (onde viviam Israel e outros povos) e chega
às fronteiras do grande Egito. Depois de tantas conquistas parte ousadamente
para o coração do Império Persa, derrubando o monarca persa Dario, e estendendo
seus territórios tão distantes como a Índia moderna.
Alexander
é particularmente significativo na história da civilização Ocidental por causa
de seu projeto de unidade cultural sobre os povos conquistados do Mediterrâneo
oriental. Em sua juventude, ele fora pupilo do grande filósofo grego
Aristóteles e a partir de então torna-se convencido de que a cultura grega era
superior a todas as outras. Como conquistador, deu uma dimensão universal para
o idioma grego, que posteriormente gerou um grego popular denominado de Coiné; fez
o maior empreendimento imobiliário daquela época, ordenando a construção cidades
de estilo grego, com ginásios, teatros e banhos públicos, para servir como
centros administrativos e comerciais. Além disso, ele geralmente incentivava a
adoção da cultura e da religião gregas em todas as suas cidades, especialmente
entre as classes superiores. Os historiadores chamaram este processo cultural
de "helenismo".
Após
a morte precoce de
Alexandre na idade de trinta e três (323 a.C.), seu reino foi dividido entre
seus principais generais, que evidentemente não conseguiram manter o mesmo
nível de comando político dele. Durante seus reinados e os de seus sucessores,
o helenismo (ou seja, a cultura grega) permaneceu florescendo nos grandes
centros urbanos ao redor do Mediterrâneo Oriental (menos em áreas rurais). Ao
longo deste período, mesmo diante das continuas alterações fronteiriças e alternâncias
de reis e reinos, uma pessoa podia viajar de uma parte do antigo domínio de
Alexandre para a outra e se comunicando razoavelmente através da língua comum do
dia-a-dia, o grego Coiné. Além disso, os viajantes sentiam-se relativamente em
casa na maioria das grandes cidades, por causa do padrão helenista - costumes,
instituições, tradições e religiões gregas. Assim, mais do que em qualquer
outro tempo da história antiga, o Mediterrâneo oriental que emergiu na esteira
de Alexandre experimentou uma forma de unidade cultural e cosmopolita (um
"cosmopolita" é um "cidadão do mundo", ao contrário de uma
pessoa que pertence apenas a uma localidade).
Ao
sucederem o pódio do domínio territorial, o império Romano mergulhou no
contexto do mundo helenístico e aproveitou plenamente a sua unidade, promovendo
o uso da língua grega, aceitando aspectos da cultura grega, e até mesmo
assumindo características da religião grega, a tal ponto que o panteão grego e panteão
romano de deuses e deusas passaram a ser considerados como o mesmo, apenas com
nomes diferentes (um dos maiores sincretismos religiosos da história).
Esta
unificação tão ampla e complexa alcançada através do helenismo cultural e da política
imperial de Roma são sintetizadas no termo "mundo
greco-romano".
Utilização livre desde que citando a fonte
Guedes, Ivan Pereira
Mestre em Ciências da Religião.
Universidade Presbiteriana Mackenzie
me.ivanguedes@gmail.com
Outro Blog
Historiologia Protestante
http://historiologiaprotestante.blogspot.com.br/
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