Em Eclesiastes aprendemos a forma correta de vermos a vida. O escritor contrasta a Cosmovisão humana/perecível que ele denomina de “debaixo do sol”, com a Cosmovisão divino eterna.
O que é Cosmovisão?
ILUSTRAÇÃO: uma pessoa que tem dois óculos, um
para leitura (perto) e outro para enxergar longe. O óculos para leitura não
serve para enxergar longe e o óculos para longe não serve para leitura.
Após a Queda (pecado) a Cosmovisão do ser humano o limita a
enxergar somente o aqui e agora (material/perecível).
Somente em Cristo podemos ter uma Cosmovisão que enxerga os valores
espirituais e eternos.
A diferença entre o Cristão e o Não Cristão é a Cosmovisão. A forma
como enxergam a Vida e o Mundo.
O livro de Eclesiastes está tratando justamente sobre essas duas
Cosmovisões. Suas argumentações partem da percepção humana – para a percepção
Divina.
O nome comum de Deus (Elohim) aparece constantemente no livro, mas
não o nome (Yahweh) [nome pessoal de Deus na Aliança]. Pois o escritor está
falando da percepção humana de Deus.
A grande maioria das pessoas tem uma concepção de um Ser Maior que
eles chamam de deus, mas somente em Cristo podemos de fato conhecer e
experimentar uma relação pessoal com Yahweh – o Deus da Aliança.
Os versos 1 e 2 declara o propósito do Eclesiastes, os versos
3 e 4 abordam a atividade do ser humano e nos versos 5 a 7 ele
utiliza a Criação para corrigir a percepção errada da vida; e aqui nos versos
8 a 11, a necessidade insaciável de satisfação da humanidade.
Verso 8 - "Todas as coisas estão
cheias de trabalho". As palavras mais falada e ouvida: estou
cansado; exausto; frustrado; decepcionado...quanto mais se trabalha menos
satisfeito ficamos.
“O olho nunca se farta de ver, nem o ouvido de
ouvi”
Os sentidos são apenas servos da alma. A alma deseja olhar – e põe
os olhos para verem. A alma deseja ouvir – e coloca os ouvidos para ouvirem. A
alma nunca se satisfaz plenamente. Nada na terra pode satisfazer a alma! Tudo
que o mundo oferece, apenas deixa a alma com desejo de mais... É triste pensar
quão limitadas são as cousas materiais e sensitivas.
Salomão está citando o que os filósofos materialistas ensinam e a
forma genérica como as pessoas em geral pensam e vivem suas vidas. "Comamos
e bebamos, então, pois amanhã morreremos". As pessoas que vivem desta
forma não possuem uma perspectiva mais elevada da vida é uma percepção animal,
pois não possuem quaisquer percepção da eternidade.
A humanidade, em todos os seus esforços para melhorar a si mesma, é
apenas como Sísifo de fábula antiga, rolando uma pedra pesada colina acima; no
momento em que a mão é retirada, ela corre para o vale novamente.
Nunca as pessoas tiveram tanto e nunca elas
vivem tão insatisfeitas.
Assim, elas passam de fantasia à fantasia e de uma quimera a outra,
até que a morte chegue e subverta todos os seus projetos imaginários de
felicidade e as faça saber por experiência própria que o mundo inteiro é
vaidade e que todos seus esforços é apenas correr atrás do vento.
O salmista Asafe deixou a insatisfação dominar e controlar sua
alma, a ponto de duvidar de que Deus de fato e de verdade poderia satisfaze-lo
plenamente. Somente depois de uma longa e desgastante crise existencial Asafe
entendeu e corrigiu sua cosmovisão da vida e somente então ele pode descansar
sua alma e seu coração: No céu e na terra eu só tenho a Ti! (Salmo 73.25-26).
Versos 9-10 - "O que foi - será de novo,
o que foi feito - será feito de novo. Não há nada de novo sob o sol! Existe
algo de que se possa dizer: 'Veja! Isso é algo novo? Já estava aqui, muito
tempo atrás; estava aqui antes do nosso tempo!"
O que o Eclesiastes quer dizer? Apesar do progresso e dos avanços científicos-cibernéticos,
há uma sensação de futilidade em tudo isso porque, em última análise, o ser
humano, continua exatamente o mesmo, desde Adão - até agora. Sua natureza,
sentimentos, apetites, seus pecados, corrupções e enfermidades - são sempre os
mesmos. A constatação deste fato expõe de forma nua e crua o orgulho humano e
exorta a humildade em reconhecer que não são tão originais ou excepcionais
quanto desejam fazer acreditar.
NADA MUDOU REALMENTE!
Estas declarações ressaltam a natureza temporal e fugaz da memória
e dos legados humanos. Apesar dos esforços que as pessoas fazem para deixar uma
marca no mundo, é como escrever na areia – levadas pelas ondas do tempo. Mesmo
os mais notáveis do passado acabam por desaparecer na obscuridade, esquecido
pelas gerações futuras.
Essa reflexão sobre a natureza fugaz da fama e da memória serve
como um lembrete da natureza transitória das atividades terrenas e da
necessidade de buscar valores mais elevados e eternos. As palavras se amalgamam
com a temática da vaidade de buscar realização em atividades mundanas em contraste
com a cousas de valor eterno. O corpo físico constituído de pó, a ele voltará,
mas o espírito permanecerá, pois pertence à eternidade.
O famoso refrão entoado por milhões de pessoas ao redor deste mundo
– “muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender – se torna completamente
inútil diante da lápide fria da morte. Milionários morrem, assim como morre um
sem teto.
Jesus ilustra isso ao contar uma história de um homem muito rico e
um mendigo chamado Lazaro que comia das migalhas que lhe eram oferecidas. Mas o
mendigo morreu e posteriormente o homem rico igualmente morre. Acabou? Não!
Pois Lazaro foi para o “seio de Abraão” (uma figura do céu), enquanto o rico
despojado de sua riqueza material, foi para um lugar de tormentos eternos.
A grande pergunta que precisa ser feita não é: Quanto você tem ou
possui? Mas é: Onde você passará a Eternidade? Se você não tem
resposta para esta pergunta, você precisa repensar a sua vida, enquanto há
tempo.
As pessoas gostariam de fazer algo novo, de serem lembradas por
fazer uma contribuição significativa para o mundo; eles anseiam e se esforçam
por um significado duradouro, mas os resultados são frustrantes. Não importa
quão grandes sejam as realizações, neste mundo não alcançarão o significado
duradouro que desejam. Raros são aqueles que conseguem por algum tempo (breve, momentâneo)
causar qualquer impacto significativo no curso da história humana, já que a esmagadora
maioria vive e morre na obscuridade. O verso 11 enfatiza o ponto introduzido no
verso 4.
Futilidade e Vazio Existencial
O propósito do Eclesiastes é mostrar a futilidade da vida humana
sem colocar Deus na equação. O que assistimos diariamente na lavagem cerebral mediática
é de que Deus está ultrapassado e pode ser substituído por quaisquer outros conceitos
sem qualquer problema. Mas quando se toma a pílula vermelha (Matrix) e sai de um
mundo ilusório criado pelos influencer mediáticos e passa-se a enxergar o mundo
real — o que se vê é uma humanidade totalmente perdida cujas vidas não
encontram qualquer sentido em absolutamente nada do que se faz e se busca, devastado,
controlado e sombrio.
São vidas fúteis e superficiais, sem valores duradouros ou
propósitos reais e permanentes. Uma busca cada vez mais frenética por coisas
efêmeras, como fama, aparência ou riqueza, em detrimento e/ou menosprezo de
valores mais profundos e eternos. Poderosos que na ânsia de prolongarem um dia a
mais em sua miserável existência, matam milhões e/ou bilhões de pessoas com
seus experimentos pandêmicos pseudo científicos. Nunca em toda a existência
humana se produziu e vendeu tantas medicações, mas também nunca se reproduziu
tantas doenças, como nos dias atuais.
Há somente uma solução: Em Cristo
somos feitos NOVAS CRIATURAS; em Cristo TUDO SE FAZ NOVO; somente Nele possa se
pode viver em NOVIDADE DE VIDA!
Um novo nascimento, um novo coração, uma nova mente, novas
esperanças, novas perspectivas, novos desejos; novos amigos para amar, novos
irmãos para amar!
Sim, uma nova realidade - um novo reino para herdar! Todas as
coisas na graça são novas - todas desconhecidas antes.
“Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram AS COISAS NOVAS que DEUS tem
PREPARADO para aqueles que estão EM CRISTO JESUS” (1 Coríntios 2.9)
Ao instituir a Ceia como símbolo de Sua morte e ressurreição, Jesus
declara: ESSA É A NOVA ALINÇA, FEITA ATRAVÉS DE MEU SANGUE. Todo aquele que
crê no Senhor Jesus vive nesta NOVA ALIANÇA!
Vamos orar!
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Referências Bibliográficas
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do Antigo Testamento – Provérbios, vol. 01. Tradução de Susana Klassen. São
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